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Dólar fecha em alta, aos R$ 5,77, com receios sobre política de Trump e expectativa por ajuste fiscal

Em mais um dia de alta global, a moeda norte-americana chegou a oscilar acima dos R$ 5,80

11 nov 2024 - 17h07
(atualizado às 17h56)
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Às 17h07, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,44%, a 5,7795 reais na venda.
Às 17h07, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,44%, a 5,7795 reais na venda.
Foto: Reuters

Em mais um dia de alta global, o dólar chegou a oscilar acima dos 5,80 reais pela manhã, mas desacelerou no restante do dia e encerrou a segunda-feira abaixo deste nível técnico, em uma sessão novamente marcada por receios quanto ao retorno de Donald Trump à Casa Branca e pela demora do governo Lula em lançar seu pacote fiscal.

O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,58%, cotado a 5,7711 reais. Em novembro, porém, a divisa acumula baixa de 0,18%.

Às 17h07, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,44%, a 5,7795 reais na venda.

A segunda-feira foi mais um dia de elevação praticamente generalizada do dólar ante as demais divisas, em meio aos receios quanto à adoção pelos Estados Unidos de tarifas mais elevadas de importação -- uma das promessas de campanha do presidente eleito Donald Trump.

A queda de preços do minério de ferro e do petróleo, dois dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, na esteira da decepção com notícias sobre estímulos econômicos na China, era outro fator que pesava sobre o real. Na sexta-feira, com os mercados fechados no Brasil, o país asiático já havia divulgado números decepcionantes de inflação.

No Brasil, a demora do governo em apresentar seu pacote fiscal, prometido originalmente para depois das eleições municipais, voltou a impulsionar o dólar e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

"No Brasil, a terceira semana consecutiva de indefinição sobre o pacote de ajuste fiscal continua gerando incertezas, o que reflete no comportamento do dólar logo pela manhã", disse mais cedo Diego Gardi, gerente comercial e analista da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.

"Com o dólar se fortalecendo globalmente, o mercado aguarda uma definição em torno de 60 bilhões de reais (de cortes de gastos do pacote), mas trabalha com a expectativa de um valor entre 30 bilhões e 60 bilhões de reais. Se o valor ficar mais perto de 30 bilhões de reais, pode gerar um clima de mau humor, enquanto um valor mais próximo de 60 bilhões de reais pode trazer uma sensação de maior tranquilidade", acrescentou.

Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,8175 reais (+1,39%) às 10h27.

Operador ouvido pela Reuters afirmou que cotações acima de 5,80 reais atraíram agentes para a ponta de venda, o que trouxe certo alívio para os preços, ainda que o dólar seguisse em alta. Às 15h37 a moeda à vista marcou a mínima de 5,7630 reais (+0,44%).

O feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos, que manteve o mercado de Treasuries fechado, também reduziu a liquidez no câmbio no Brasil, segundo o operador. De fato, perto do fechamento do mercado à vista o dólar para dezembro -- o mais líquido atualmente -- somava cerca de 150 mil contratos negociados, bem menos que a média de uma sessão normal.

No início do dia, o Banco Central informou no relatório Focus que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2024 passou de 5,50 para 5,55 reais. No caso de 2025, foi de 5,43 para 5,48 reais.

No fim da manhã o BC vendeu todos os 15.200 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

Às 17h14, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,48%, a 105,510.

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