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Do café em pó ao solúvel: quais as estratégias dos brasileiros para driblar a alta de preços

Segundo pesquisa da NielsenIQ, 74% das categorias de produtos que perderam volume de vendas estão sendo substituídas por similares com melhor relação custo-benefício

21 mai 2025 - 09h21
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Com a inflação pressionando os lares brasileiros em 2025, o consumidor tem recorrido a um conjunto de táticas para continuar abastecendo a casa sem estourar o orçamento.

Segundo o estudo "O Custo Invisível", da NielsenIQ, o comportamento de compra no País está sendo moldado por quatro estratégias principais: troca de categorias, busca por novos produtos, foco em preço, e promoção e diversificação dos canais de compra.

A primeira reação do consumidor é clara: migrar para categorias correlatas mais baratas, reduzindo o consumo de itens que tiveram maiores reajustes.

Segundo a pesquisa, 74% das categorias que perderam volume estão sendo substituídas por produtos similares com melhor relação custo-benefício. É o caso, por exemplo, da troca do café em pó pelo café solúvel, ou da substituição do leite condensado pela mistura láctea condensada.

Consumidores estão deixando de comprar determinados itens e migrando para outras categorias que cumprem a mesma função, mas com preços mais acessíveis, aponta pesquisa
Consumidores estão deixando de comprar determinados itens e migrando para outras categorias que cumprem a mesma função, mas com preços mais acessíveis, aponta pesquisa
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

O presidente da NielsenIQ Brasil, Alfredo Costa, destaca que, embora o dado se refira à comparação entre 2023 e 2024, a mesma tendência já é claramente perceptível no início de 2025.

"Já não se trata apenas de trade-down ou trade-up (mudança de marca para uma mais barata ou mais cara, respectivamente) dentro da mesma categoria. O que vemos agora, de forma bastante expressiva, são consumidores deixando de comprar determinados itens e migrando para outras categorias que cumprem a mesma função, mas com preços mais acessíveis", afirmou o executivo durante o evento NielsenIQ Full View 2025, realizado na terça-feira, 20.

Outro exemplo citado pelo presidente é a substituição da vodca por misturas alcoólicas prontas para beber, ou ainda o uso crescente do alvejante com cloro no lugar do sem cloro.

"O consumidor está reavaliando prioridades e fazendo escolhas práticas para manter a rotina de consumo, mesmo que isso signifique abrir mão de certos produtos habituais", disse.

Em segundo lugar, a busca por lançamentos que ofereçam equilíbrio entre valor e preço vem ganhando espaço. O estudo aponta que mais de 39 mil novos itens foram registrados só neste ano, com destaque para produtos de tíquete médio mais baixo. "O paradigma de que lançamento é sinônimo de produto premium já não é mais verdade. Os consumidores querem novidades, sim, mas que caibam no bolso."

A terceira estratégia adotada pelos consumidores é a valorização de marcas que sabem executar boas promoções. Com a fidelidade em queda, 62% dos lares priorizaram o preço em vez da marca no ano passado, o que amplia a efetividade de ações promocionais bem-planejadas.

"A elasticidade nas categorias básicas chega a 2,1%, isso significa que, a cada 1% de redução no preço, o volume vendido pode subir mais de 2%. Promoção, quando benfeita, gera resultado real, mas ainda vemos muito desperdício", alertou.

Atacarejo e e-commerce avançam

Além disso, o consumidor tem diversificado os canais de compra. O atacarejo (cash & carry) segue em expansão: em 2024, 67% do crescimento do canal veio de consumidores recorrentes, enquanto 25% foi impulsionado por migração de outros formatos.

Já o e-commerce também avançou, especialmente na compra de itens básicos, que hoje representam mais de 35% dos gastos online com produtos de grande consumo (FMCG).

"Hoje o consumidor usa em média sete canais diferentes ao longo do ano para montar sua cesta. Ele compara, pesquisa, escolhe conforme a ocasião e o preço. O que ele quer é encaixar o consumo no orçamento sem abrir mão de tudo", disse.

Apesar do cenário desafiador e da queda no volume geral de consumo, o estudo mostra que o consumidor busca alternativas viáveis para preservar o essencial. "Entrava com R$ 100 e saía com dez produtos. Hoje sai com seis ou sete. Essa percepção direta é o que molda o comportamento, muito mais do que os indicadores macroeconômicos", concluiu o executivo.

Estadão
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