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'Dinheiro não é o problema', diz o CEO da Schneider sobre financiamento climático e COP-30

O que falta, segundo Rafael Segrera, painelista no Congresso do IBGC, é que o setor privado e o governo apresentem mais soluções escaláveis

8 out 2025 - 15h34
(atualizado às 15h36)
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Para o CEO da Schneider Electric para a América do Sul, Rafael Segrera, o principal gargalo para o financiamento das soluções climáticas no Brasil não é a falta de recursos para dar tração a elas, mas sim a falta das condições que garantam que essas soluções sejam escaláveis. O tema é uma das discussões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), que ocorrerá em novembro, no País.

A percepção do gestor da distribuidora elétrica vem das experiências vividas durante a Semana do Clima, nos Estados Unidos, no mês passado. Segundo ele, durante as oportunidades que teve de conversar com nomes do mercado financeiro, o entendimento estabelecido é de que há dinheiro, mas é preciso haver mais claras as condições de retorno para destravá-lo.

"O problema não é o dinheiro. Há dinheiro. Mas o dinheiro vai onde as condições estão dadas. O País tem de dar as condições, e o dinheiro vai aonde se sabe que pode haver um retorno. Uma parte chave deste retorno é a possibilidade de escalar."

O executivo falou sobre o tema na manhã desta quarta-feira, 8, no primeiro dia do 26º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em São Paulo. O painel "Qual o papel do setor privado e conselhos nas COPs e no cumprimento das metas climáticas do Brasil?" foi mediado pela presidente do IBGC, Valéria Café.

O gestor é lider do grupo de trabalho "Green Jobs and Skills" na "Sustainable Business COP-30?, uma iniciativa global criada para organizar e fortalecer a participação do setor privado nas negociações e ações climáticas da COP-30. O movimento, lançado em 2024, durante a COP-29, é comandado institucionalmente no Brasil pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"Eu tomei o desafio de liderar essa iniciativa porque, quando você fala com muitos executivos, eles acham que um dos seus grandes problemas é conseguir pessoas capazes de adaptar essas tecnologias, de implementá-las e tirar o máximo proveito delas também. Então, os governos têm de fazer sua parte, (mas as) empresas têm de atrair (capital) e têm de ter exemplos concretos que possam ser escaláveis também", avalia. "Se queremos acelerar essa transição, se vemos que ela é uma oportunidade de negócio, (as empresas) têm de atacar todos esses gargalos".

Segundo Segrera, o setor privado é uma 'pedra angular' nas negociações e compromissos assumidos nas COPs, sendo fundamental sua participação ativa no evento. Tamanha relevância se dá tanto pelo fato de as empresas serem grandes responsáveis pelas emissões dióxido de carbono, quanto por terem as condições técnicas para mitigá-las. No entanto, essa participação precisa ocorrer de maneira integrada.

"Nós temos evoluído muito em como abordar esse tema das mudanças climáticas e sair da tragédia para uma grande oportunidade: oportunidade para os negócios, mas também para as pessoas. Então, o papel (do setor privado) é fundamental. Tem que ser ativo, se agrupar bem e ser fornecedor de soluções", diz o gestor. "O setor privado é conhecido por sua capacidade de execução, de passar do planejamento para a ação, no tempo concreto, com medições concretas e esperando resultados concretos."

Clima e negócios

Para que o setor privado esteja mais engajado nos temas relacionados ao clima, alguns gargalos precisam ser superados no Brasil. Durante o painel, foram divulgados dados de uma pesquisa recente do IBGC sobre a agenda no ambiente corporativo, tendo conselheiros como respondentes.

Segundo o mapeamento, 56% dos entrevistados já incorporam o clima à estratégia central. Porém, 60% dos respondentes dizem que metas climáticas ainda não estão integradas de maneira significativa e mensurável à remuneração variável; 42% apontam dificuldades para medir o escopo 3 (emissões indiretas); e outros 42% afirmam que seus conselhos ainda não discutiram planos para divulgação conforme as regras do IFRS S1 S2 (padrões internacionais de reportar questões climáticas).

Ao avaliar os dados, Segrera enxerga o cenário de forma preocupante. Na Schneider, ele pontua que a pauta climática já está integrada aos negócios.

"Creio que a maioria das empresas quer implementar (o elo entre clima e negócios), (mas) tem problema de conhecimento, de provavelmente achar que integrar tudo isso vai ser um peso econômico e que depois não terá um retorno. (Mas a primeira coisa) é saber que, hoje, ninguém não há opção, temos de adotar isso. O mais importante é tomar isso como uma oportunidade para o negócio. Esse mindset (mentalidade) é importante, pois se a liderança não vê isso como uma grande oportunidade e sim como um problema, vai perder muita coisa", afirma o executivo.

Estadão
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