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Banco Central tem prejuízo em 2022, mas isso é ruim? Entenda

Balanço do BC apresentou resultado negativo em 2022 e parte do prejuízo será pago pelo Tesouro

20 fev 2023 - 06h00
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Foto: BCB / Divulgação

O Banco Central anunciou na última quinta-feira (16) que registrou um resultado negativo de R$ 298,5 bilhões em 2022. O balanço financeiro foi aprovado, na data, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Uma parte do valor negativo terá de ser pago pelo Tesouro Nacional. 

Essa é uma situação incomum, mas, a princípio, não é preocupante, explicou o professor de macroeconomia do IBMEC Ricardo Hammoud. Entenda:

Por que o BC teve prejuízo?

O Banco Central tem o papel de proteger a economia das variações cambiais por meio dos swaps cambiais, contratos que negociam o dólar futuro, e de administrar reservas internacionais.

De acordo com explicação do chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, o resultado de 2022 foi causado, principalmente, pela variação cambial no período: “Essa correção cambial explica R$ 165,8 bilhões do prejuízo do BC no ano passado. E a reavaliação da carteira explica outros R$ 136,3 bilhões negativos, devido à alta de juros nos Estados Unidos e no mundo”, afirmou.

Como o prejuízo será coberto?

O Banco Central anunciou que do prejuízo total, R$ 179,1 bilhões serão cobertos mediante reversão de reserva de resultado e R$ 82,8 bilhões serão cobertos por redução do patrimônio institucional do Banco Central. 

Para cobrir o resultado negativo, o máximo que pode ser reduzido do patrimônio líquido do BC é 1,5% do ativo total. Por isso, outros R$ 36,5 bilhões serão cobertos pelo Tesouro Nacional.

“O BC ter prejuízo não é um problema. Para isso, normalmente ele usa do patrimônio da reserva financeira que ele tem com o Tesouro”, afirmou Ricardo Hammoud. O professor explica que é como se BC e Tesouro tivessem uma “conta conjunta”, de onde sairia o dinheiro para cobrir o prejuízo. Mas nesse caso, além disso, foi gasto um dinheiro da conta separada do Tesouro.

Se isso acontece pontualmente, não é um problema, mas apenas se essa manobra se tornar recorrente, avalia o especialista. Hammoud ressaltou ainda que essas operações são normais e que no ano passado o movimento foi o contrário, porque o Banco Central teve lucro nas operações.

Redação Dinheiro em Dia
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