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Custo para escoar safra de MT a Santos sobe até R$9/tonelada neste ano, diz Esalq/USP

23 mai 2018 - 18h56
(atualizado às 19h02)
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O setor agrícola do Brasil é um dos mais atingidos pela escalada nos preços do diesel que provocou uma greve nacional dos caminhoneiros, de acordo com análise da escola de agronegócios da Universidade de São Paulo (USP), divulgado nesta quarta-feira.

Caminhoneiros em Guapimirim em greve nacional
23/05/2018
REUTERS/Ricardo Moraes
Caminhoneiros em Guapimirim em greve nacional 23/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) disse que os agricultores estão pagando até 9,05 reais a mais, ante 2017, por tonelada para mover os grãos das plantações no Estado do Mato Grosso para Santos, onde fica o maior porto da América Latina.

O Brasil é um importante fornecedor de grãos, carne bovina, café e açúcar, que em maior parte chega aos portos por rodovias.

O estudo da Esalq estima que o custo para mover bens agrícolas no Brasil estava em torno de 120 bilhões de reais no ano passado, com o transporte correspondendo a 87,5 por cento do valor.

A escalada do diesel é um tremendo golpe para o setor quando o volume dos produtos é considerado, escreveu a Esalq. Por exemplo, o Brasil deve vender cerca de 73 milhões de toneladas de soja em mercados de exportação nesta temporada, de acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O lobby de transporte CNT, que estima que 60 por certo da carga brasileira é transportada por caminhões, pediu uma revisão da política de preços da petroleira estatal Petrobras.

"O diesel do Brasil é mais caro do que em países em estágios similares de desenvolvimento, como a Rússia e o México", disse a CNT nesta quarta-feira em declaração, acrescentando que os preços locais estão em média quase 15 por cento mais altos que nos EUA.

Os preços do diesel nas bombas subiram entre 13 e 15 por cento nos importantes Estados agrícolas e industriais de Mato Grosso, São Paulo e Paraná entre janeiro de 2017 e maio de 2018, disse a Esalq em seu estudo.

O governo federal e um grupo representando os caminhoreiros se encontraram para conversar durante a tarde nesta quarta-feira, mas não conseguiram fazer qualquer progresso sobre terminar os protestos em todo o país.

O impasse continuou apesar de a Petrobras ter baixado os preços do diesel nesta quarta-feira pela segunda vez nesta semana.

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