Cronologia das tarifas: veja um breve resumo do tarifaço de Trump nos últimos dias
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira decreto que oficializa tarifas de 50% a produtos exportados pelo Brasil; entenda
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 30, o decreto oficializando as tarifas de 50% aos produtos enviados pelo Brasil para o território americano. A ordem executiva, porém, trouxe uma lista de centenas de exceções à taxação (saiba mais ao fim do texto). Mais cedo no mesmo dia, Trump havia anunciado que produtos exportados pela Índia para os EUA terão uma tarifa de 25%. Ele disse que a ação é uma consequência da relação dos indianos com a Rússia.
Essas novas alíquotas tarifárias começaram a ser anunciadas pelo presidente americano no início deste mês. Veja a seguir um breve resumo do tarifaço de Trump nos últimos dias.
7 a 12 de julho: primeiras tarifas
As primeiras tarifas de até 40% foram anunciadas para 14 países - incluindo Japão e Coreia do Sul - no dia 7 de julho. Dois dias depois, no dia 9, mais sete nações foram taxadas entre 20% e 30%.
Já entre os dias 10 e 12 de julho, Canadá, México e países membros da União Europeia entraram para a lista dos países que receberam cartas com novas alíquotas tarifárias de até 35%.
18 de julho: ameaças ao Brics
Trump havia anunciado ainda no dia 6 de julho, uma taxa adicional de 10% para todos os países alinhados às "políticas antiamericanas" do Brics - grupo do qual o Brasil faz parte.
No dia 18 deste mês, o republicano voltou a criticar o Brics por tentar "acabar com a dominância do dólar" e reiterou a promessa de que todos os países do grupo terão tarifas de 10%, mas ainda sem especificar como isso ocorrerá.
22 de julho: acordos comerciais com Indonésia, Japão e Filipinas
Trump anunciou no dia de 22 de julho um acordo comercial com a Indonésia que prevê a eliminação de 99% das barreiras tarifárias do país asiático para produtos americanos, enquanto os EUA aplicarão uma tarifa de 19% sobre os produtos indonésios importados.
Horas depois, ele afirmou ter fechado outro acordo comercial, desta vez com o Japão. O presidente americano disse que o país asiático agora pagará uma alíquota tarifária de 15%, ante os 25% impostos no começo de julho, e investirá - sob a "orientação" dele - US$ 550 bilhões nos EUA, que receberão 90% dos lucros.
No mesmo dia, Trump anunciou ainda um acordo comercial com as Filipinas, que será taxada em 19%.
23 de julho: abertura de mercados e citação ao Brasil
No dia seguinte ao anúncio dos acordos comerciais com Indonésia, Japão e Filipinas, Trump disse que cederia pontos tarifários em negociações desde que conseguisse "que grandes países abram seus mercados para os EUA".
O americano ressaltou na ocasião que apenas reduzirá as taxas "se um país concordar em abrir seu mercado". Caso contrário, os EUA devem anunciar "tarifas muito maiores".
25 de julho: prazo para conclusão dos acordos comerciais
Trump disse no dia 25 de julho que planejava concluir a maior parte dos acordos comerciais até a próxima sexta-feira, 1º de agosto. Ele afirmou, inclusive, que "a maioria dos acordos está concluída".
"A maioria dos acordos serão fechados por cartas que estabelecem tarifas e (as cartas) mencionam tarifas de 10% ou 15%", acrescentou, ao citar que serão enviadas cerca de 200 cartas tarifárias.
27 de julho: acordo com a União Europeia
No último domingo, 27, o republicano fechou um acordo comercial com a União Europeia e cobrará 15% de tarifa sobre as exportações do bloco europeu - antes, a taxa estava em 30%.
O acordo foi anunciado após reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O compromisso foi fechado após a divulgação de que a União Europeia fará investimentos de US$ 600 bilhões a mais na economia americana nos próximos anos.
30 de julho: tarifas de 50% para o Brasil
Nesta quarta-feira, 30, Trump assinou o decreto que oficializa tarifas de 50% aos produtos exportados pelo Brasil.
O documento traz uma lista de 694 exceções à taxação, que contém alguns dos produtos mais importantes da pauta de exportações brasileira para o mercado americano - entre eles o suco de laranja, a celulose e os aviões da Embraer. A lista de exceções trouxe alívio a diversos setores no País.
Dentre os produtos com peso significativo na balança, o café e as carnes terão a tarifa extra de 40% — que se soma à de 10% que já está em vigor, chegando à taxa de 50%.
Tarifas para a Índia e acordo com a Coreia do Sul
No mesmo dia em que assinou a ordem executiva sobre as tarifas para o Brasil, Trump anunciou uma taxa de 25% para a Índia. Inicialmente, o país teria uma alíquota tarifária de 26%.
O republicano afirmou que, ao longo dos anos, as duas nações fizeram poucos negócios porque as tarifas indianas são muito altas e que o gigante asiático possui as barreiras comerciais "não monetárias mais rigorosas e desagradáveis de qualquer país". Ele disse ainda que a Índia era a maior compradora de energia da Rússia e que "tudo isso não é bom".
Trump anunciou também no dia 30 um acordo comercial com a Coreia do Sul, por meio de sua própria rede social, a Truth Social. Segundo ele, o governo sul-coreano concordou com uma tarifa de 15%, enquanto os produtos norte-americanos não pagarão taxas ao entrar na Coreia do Sul.
Ainda de acordo com Trump, o acordo prevê que a Coreia do Sul "dará aos Estados Unidos US$ 350 bilhões de dólares para investimentos de propriedade e controlados pelos Estados Unidos", a serem selecionados pelo próprio presidente americano. Também comprará US$ 100 bilhões de gás natural ou outros produtos de energia.