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Corio, da Macquarie, fecha parceria com Prumo para eólicas offshore no Açu

26 mar 2024 - 18h12
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A Corio Generation, do fundo australiano Macquarie, assinou acordo nesta terça-feira com a Prumo para desenvolver eólicas offshore no Porto de Açu (RJ), em iniciativa que amplia a competitividade de seus primeiros projetos da nova fonte de geração no país, disse a empresa à Reuters.

O memorando de entendimento assinado com a Prumo, que controla o porto fluminense, prevê que a estrutura portuária seja usada como apoio para futuros parques eólicos da Corio em atividades essenciais para garantir a geração de energia no mar, como a movimentação de técnicos e equipamentos.

Mas a expectativa é de que a parceria possa render também sinergias além das tradicionais, à medida que o Açu avança com os planos de se tornar um "hub" para desenvolvimento de novas soluções energéticas.

A Prumo vem buscando atrair indústrias para se instalar no Açu, principalmente aquelas ligadas à descarbonização. No ano passado, por exemplo, anunciou um acordo com a Vale para a construção de um complexo industrial que visa a fabricação de produtos de minério de ferro de baixo carbono.

"Em muitos países, investir em portos é uma grande barreira para desenvolver eólicas offshore. Aqui no Sudeste do Brasil, com Açu, temos a vantagem de termos portos que parecem muito adequados. Estamos trabalhando com os acionistas do porto (a Prumo) nos planos para o futuro da energia eólica offshore", explicou o CEO global da Corio, Jonathan Cole.

"Você tem um ecossistema pronto: com a cadeia de valor instalada, você monta as usinas (eólicas), injeta a energia nas indústrias eletrointensivas que vão produzir HBI (produto de minério de ferro), fertilizantes e alumínio, dali já vai do próprio porto para exportação", acrescentou o CEO da Prumo, Rogério Zampronha.

Fundada em 2023, a Corio já é uma das quatro maiores desenvolvedoras mundiais de projetos eólicos offshore, com uma carteira que ultrapassa 30 gigawatts (GW) em mercados das Américas, Europa e Ásia-Pacífico.

No Brasil, a investida da Macquarie tem cinco projetos em fase inicial da estudos que somam 6 GW de capacidade. Distribuídos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, os empreendimentos têm previsão de investimentos de 20 bilhões de reais.

PLANOS DA CORIO

Na visão do CEO global da Corio, o Brasil precisa avançar "urgentemente" com o marco regulatório para a eólica offshore, a fim de que os primeiros projetos possam estar operacionais perto do fim da década.

"Temos a expectativa de que o projeto de lei seja aprovado em abril. Após a legislação, esperamos que uma agência reguladora seja indicada (para o setor) e, em seguida, seja desenvolvida a alocação dos projetos no mar. Esperamos ver grande interesse (de empresas) nesse processo, porque muitos veem o potencial do Brasil no longo prazo."

O executivo da Corio também avaliou que o Brasil precisa definir uma estratégia de longo prazo para a fonte, indicando aos investidores como se dará a contratação da energia gerada pelas eólicas offshore e com que periodicidade podem ocorrer os leilões para a fonte.

"Todos esses são insumos importantes para os desenvolvedores, pois quando entramos em um processo competitivo, precisamos entender o mercado no longo prazo e o quão competitivo ele é", acrescentou.

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