Coreia do Norte infiltra trabalhadores em empresas do Ocidente há anos e agora sabemos como eles fazem isso
A organização registra todos os passos dos trabalhadores e monitora quais empregos eles conseguem, além dos rendimentos que retêm e enviam ao regime
A Coreia do Norte infiltra há anos trabalhadores remotos com identidades falsas em empresas dos Estados Unidos. Após o país se tornar mais hostil, o foco mudou para a Europa. Segundo o FBI, o Departamento de Justiça e o Google, o objetivo desses funcionários é obter recursos para financiar o programa nuclear da Coreia do Norte. O modus operandi era um grande mistério. Até agora.
Uma rede sem improvisos
Um pesquisador de cibersegurança chamado SttyK obteve uma base de dados que compartilhou com a revista Wired. Os arquivos incluem, segundo SttyK, "dezenas de gigabytes de dados" e "milhares de e-mails". Dessa informação, extraiu-se uma estrutura de trabalhadores organizada em doze grupos, cada um com cerca de doze membros, todos sob comando de um "chefe mestre" geral.
O grupo trabalha usando a ferramenta de comunicação Slack, contas do Google, GitHub e planilhas. Nessas planilhas, fazem um acompanhamento detalhado dos trabalhos e do progresso dos objetivos, tanto econômicos quanto estratégicos.
Eles até coletam as necessidades específicas de vagas de trabalho (como linguagens de programação exigidas) das empresas que pretendem atacar, além de suas localizações, registrando se houve contato com as companhias ou avanços no processo.
Como conseguem o trabalho
Há poucos dias, a BBC entrevistou Jin-su, um falso trabalhador remoto norte-coreano que conseguiu desertar. Ele contou que a maior parte do seu trabalho consistia em adquirir identidades falsas para se candidatar a ...
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