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Com retomada do varejo, GPA planeja investir R$ 1,8 bilhão em 2019

Aposta do grupo é expandir e-commerce e marcas próprias

5 dez 2018 - 21h32
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O Grupo Pão de Açúcar (GPA) volta a acelerar os investimentos no varejo alimentar no ano que vem. Para 2019, a empresa pretende aplicar R$1,8 bilhão na expansão do atacarejo (Assaí), da rede Pão de Açúcar, lojas de proximidade e, principalmente, em tecnologia para suportar o avanço do comércio eletrônico. Nos últimos quatro anos, a média anual de investimentos tinha sido de R$1,4 bilhão. Neste ano, até setembro o aporte foi de R$ 1,1 bilhão e a expectativa é atingir R$ 1,6 bilhão até dezembro.

A aceleração dos investimentos ocorre depois de a casa ter sido colocada em ordem. Com a crise, o GPA diminuiu gastos e deixou de expandir em alguns formatos, concentrando-se sobretudo na rede que dava mais retorno, o atacarejo. "Estamos vivendo um momento de alinhamento dos astros", disse Ronaldo Iabrudi, co vice-presidente do Conselho de Administração do GPA. Segundo ele, hoje todos os negócios do Grupo estão indo bem.

Para Peter Estermann, presidente da rede varejista, 2019 será um ano muito mais positivo do que o atual. "Há uma série de iniciativas que todo mundo espera. Reformas, redução de taxa de juros e do desemprego vão contribuir para aumentar a confiança do consumidor", comentou. Para ele, será preciso observar as ações do novo governo nos primeiros 180 dias para entender se essas expectativas se confirmam.

No próximo ano, a companhia deve retomar investimentos na expansão da rede de supermercados que dá nome ao grupo, o Pão de Açúcar. A bandeira não esteve no foco de investimentos nos últimos anos, mas agora deve ganhar entre 5 a 10 novos pontos de venda em 2019. No longo prazo, a aposta é ainda maior: o GPA quer abrir 100 novas lojas Pão de Açúcar nos próximos quatro anos. "Vamos retomar o crescimento orgânico no segmento premium", diz Estermann.

Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o fato de a companhia planejar a abertura de lojas com a bandeira Pão de Açúcar mostra, de fato, que a empresa acredita na retomada do consumo no ano que vem. Isso porque a rede Pão de Açúcar já está em praças consolidadas. Quando veio a crise, a empresa optou por tirar o pé dessa bandeira e apostou na expansão do atacarejo que era mais oportuno porque o consumidor estava com o bolso mais apertado e esse formato de loja tem como ponto central o desconto no preço.

Mesmo com maior foco na sua bandeira mais premium, o grupo pretende continuar o ritmo de expansão do Assaí, abrindo entre 15 a 20 lojas ante um total de 18 previstas para este ano. No segmento de proximidade, a rede de lojas de pequeno porte Minuto Pão de Açúcar também vai ganhar mais 10 a 15 unidades novas.

O otimismo do GPA se mostra ainda na crença de que as marcas de varejo voltarão a crescer acima da inflação. Em 2018, é previsto que apenas o Assaí atinja essa meta. Para as bandeiras do Multivarejo, unidade de negócios que inclui o Extra e o Pão de Açúcar, a expectativa esse ano é apenas crescer o faturamento no critério mesmas lojas em linha com a inflação de alimentos.

Parte da confiança na recuperação do Multivarejo tem vindo da melhoria nas vendas da rede Extra. Os hipermercados, que foram fonte de preocupação principalmente no auge da crise em 2015 e 2016, voltaram a crescer. "A migração do consumidor do hipermercado para o atacarejo foi significativa, mas o Brasil não vai ficar na crise a vida inteira", disse Estermann.

Outra rede de lojas problemática para o GPA são os supermercados Extra. Nesse negócio, a companhia decidiu iniciar reformas e conversões de loja. Uma parte dos pontos de venda está se transformando na bandeira Compre Bem, dedicada a disputar mercado com supermercados regionais, e outra parte em Mercado Extra. A revitalização tem ajudado a recuperar as vendas, disse o presidente do GPA. A receita de supermercados que se transformaram em Mercado Extra é 25% maior do que a de outras lojas não transformadas.

Em 2019, parte dos investimentos do grupo irá para essas conversões. Serão 30 a 35 lojas transformadas em Compre Bem e outras 50 a 60 transformadas em Mercado Extra

Longo prazo

Estermann está ainda mais animado com as perspectivas para o longo prazo. Ele considera que o GPA se preparou para fazer expansões ainda mais agressivas de suas bandeiras no futuro e que isso pode ocorrer já em 2020. A rede Pão de Açúcar é um exemplo: pode acelerar em 2020 a expansão para além da região Sudeste do Brasil. Outro vetor de crescimento no longo prazo são os minimercados. Segundo ele, a companhia tem ajustado o modelo e poderia rapidamente inaugurar algumas centenas de lojas a partir de 2020./ COLABOROU MÁRCIA DE CHIARA

Estadão
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