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Campos Neto diz que nível de gastos do governo PT é 'sustentável', mas critica alta de impostos

Segundo ex-presidente do BC, como não é possível taxar mais o cidadão para bancar programas de transferência de renda, quem paga a conta é o capital, em especial o setor financeiro

9 set 2025 - 15h52
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WASHINGTON - O vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, afirmou que o nível dos gastos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "sustentável", mas criticou o aumento de impostos.

As declarações foram dadas a empresários e políticos no Instituto Milken, em Washington, durante evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

"O Brasil tem claramente uma história fiscal, mas não é muito diferente de outros lugares", disse Campos Neto, nesta terça-feira, 9. Segundo ele, mercados emergentes e países desenvolvidos enfrentam desafios fiscais após a pandemia de covid-19, com a trajetória da dívida de muitas nações "claramente insustentável". "E o Brasil também está na mesma situação", avaliou.

No caso do Brasil, Campos Neto disse que o país entrou em um "ciclo vicioso" por conta do aumento dos programas de transferência de renda. Ele citou dados do Cadastro Único (CadÚnico), que mostram 94 milhões de brasileiros amparados por programas sociais. "E o problema é, claramente, que não temos como pagar por isso", afirmou.

Segundo Campos Neto, São Paulo tem sido um 'exemplo', 'mais responsável fiscalmente'
Segundo Campos Neto, São Paulo tem sido um 'exemplo', 'mais responsável fiscalmente'
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Para Campos Neto, algumas das transferências sociais no Brasil são "muito boas". O problema, na visão do ex-banqueiro central, é o aumento de impostos para custear os programas. "Não quero criticá-los. Acho que, no geral, a quantidade de dinheiro que o governo está gastando é sustentável", avaliou.

Como não é possível taxar mais o cidadão brasileiro, quem paga a conta é o capital, em especial o setor financeiro, o que acaba impactando a produtividade, disse. "A maneira de consertar isso é com mais impostos", afirmou. "A narrativa é que temos que gastar mais porque temos todas essas pessoas para ajudar", acrescentou.

Campos Neto fez ainda um aceno à gestão do governador Tarcísio de Freitas, que exibiu uma postura mais radical em discurso no feriado do Dia da Independência do Brasil. São Paulo tem sido um "exemplo", "mais responsável fiscalmente" e busca remover algumas das ineficiências do sistema tributário local, mencionou. No âmbito nacional, porém, o sistema tributário está em constante mudança, com impostos sendo criados o "tempo todo", disse.

Segundo Campos Neto, se o Brasil não mudar de um ciclo "vicioso" para um ciclo "virtuoso", será muito difícil crescer a longo prazo. "Vai ser muito difícil ver investimentos de longo prazo", acrescentou.

Ele observou que levantar capital no Brasil ainda é "muito difícil". Como exemplo, citou o fato de mais empresas brasileiras preferirem abrir o capital nos Estados Unidos do que no mercado doméstico. O próprio Nubank tem ações listadas na Bolsa de Nova York (New York Stock Exchange - NYSE). Campos Neto defendeu a redução das burocracias para atrair capital estrangeiro. "Precisamos remover isso", concluiu.

A repórter viajou a convite do Lide

Estadão
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