Câmara mantém mandato de Zambelli e suspende Glauber Braga por seis meses
A Câmara dos Deputados manteve na madrugada de quinta-feira o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e suspendeu por seis meses o mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que se envolveu em um confronto com um militante do Movimento Brasil Livre no ano passado.
O caso contra Zambelli foi arquivado pois não foi atingida a quantidade de votos necessária para cassá-la. O placar favorável à perda do mandato da parlamentar foi de 227 votos a 110, com 10 abstenções, segundo a Agência Câmara Notícias. São necessários 257 votos para cassar o mandato de um deputado.
Zambelli foi condenada no Supremo por participar da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça. O STF aguarda a extradição de Zambelli pelas autoridades italianas. A parlamentar nega irregularidades e diz ser alvo de perseguição política.
Glauber, por sua vez, teve a suspensão do mandato por seis meses aprovada por 318 votos a 141 e 3 abstenções. Foi aprovada uma emenda elaborada pelo PT que propôs a pena de suspensão como alternativa à perda de mandato.
Em abril do ano passado, Glauber expulsou da Câmara com chutes e empurrões um militante do MBL e, por isso, foi denunciado pelo partido Novo por quebra de decoro parlamentar. Em sua defesa, ele argumentou que agiu contra o membro do MBL após ser perseguido por ele e por ofensas proferidas contra sua mãe, que sofria com doença de Alzheimer avançada.
Na terça-feira, Glauber Braga ocupou a cadeira da presidência da Câmara no plenário da Casa em protesto contra a votação e contra seu processo de cassação, e acabou sendo retirado à força pela Polícia Legislativa, que também expulsou jornalistas do plenário e impediu que a imprensa cobrisse o caso.
A Câmara deve analisar na semana que vem a cassação do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi para os Estados Unidos após ser condenado no STF por tentativa de golpe de Estado.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que, em relação ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, já há número de faltas suficiente para cassar seu mandato e que o caso deve ser analisado pela Mesa Diretora.