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Brasileiros estão sacando muito mais dinheiro, diz estudo

Levantamento realizado entre setembro e outubro de 2023 aponta números altos para saques

26 nov 2023 - 06h00
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Foto: Freepik

A TecBan, empresa de soluções que integram o físico e o digital, e o instituto de pesquisa Datafolha fizeram um estudo sobre a relação dos brasileiros conectados à internet com serviços financeiros, que investigou os hábitos e demandas da população em relação aos bancos, caixas eletrônicos e meios de pagamentos.

De acordo com o estudo, o saque em dinheiro é uma das funções bancárias mais utilizadas no Brasil. Ao todo, 54% dos brasileiros conectados à internet declaram que essa é uma das principais operações realizadas cotidianamente, isso representa um crescimento de 12 pontos percentuais em comparação à pesquisa realizada em agosto do ano passado. 

Dentre as outras funções bancárias utilizadas com mais frequência estão: pagar contas (69%), receber dinheiro (67%), consultar saldo e extrato (60%), fazer compras no cartão de crédito (50%), fazer recarga de celular (41%) e fazer depósitos (42%). 

“O crescimento no saque de dinheiro convive com o aumento do uso de bancos digitais, porque o caixa eletrônico é um ponto de integração físico e digital para a população”, complementa Marcos Mazzi, gerente executivo do Banco24Horas.

Recebendo em dinheiro vivo

A pesquisa aponta ainda que 2 em cada 10 brasileiros conectados à internet que possuem alguma fonte de renda costumam receber sua remuneração em dinheiro. Esta forma de recebimento aparece na terceira posição entre as opções listadas e é mais presente nas classes econômicas mais baixas (C/DE). 

“Há um contingente grande de pessoas que recebem seus rendimentos em espécie e o caixa eletrônico tem um papel importante de inclusão financeira para essas pessoas”, pondera.

Em torno de 29% dos entrevistados declaram utilizar o dinheiro físico como uma de suas principais formas de pagamento no dia a dia. O dinheiro aparece empatado com cartão de crédito tanto no quesito principal forma de pagamento, quanto na forma preferida. Nas classes C, D e E esse número sobe para 32% e quando falamos do Nordeste, o índice chega aos 40%.

“O dinheiro em espécie devolve ao cidadão um poder de compra e uma autonomia para poder usar seus recursos conforme sua conveniência e não apenas condicionado ao seu endividamento, por exemplo”, avalia.

Segundo o estudo, os principais motivos de preferência para uso do dinheiro são (pergunta de resposta única):

  • Lugares que só aceitam dinheiro: 22%
  • Já estou acostumado a pagar em dinheiro: 15%
  • Ao usar dinheiro consigo controlar melhor meus gastos: 10%
  • Pagando em dinheiro é possível ter descontos: 13%
  • É mais prático: 9%
  • Recebo meu salário em dinheiro: 6% (nas classes C, D e E, esse índice sobe para 8%)
  • Me sinto mais seguro ao sair apenas com o dinheiro que vou utilizar naquele momento: 6%
  • Não preciso pagar taxas: 6%
  • Tenho medo de ter o cartão clonado e ficar sem dinheiro: 4%
  • Tenho medo de ser roubado, perder o cartão: 4%
  • Não tenho cartão: 3%

Vale destacar ainda que, mais da metade dos brasileiros (53%) costuma guardar dinheiro em casa, sendo que 2 em cada 3 guardam até R$ 200 reais em casa.

Mais da metade dos usuários de caixa eletrônico (56%) realizam outras funções além do saque, com destaque para a classe C (61%) e para os clientes de bancos com agências físicas (59%).

A pesquisa aponta ainda que 98% dos usuários dos caixas eletrônicos do Banco24Horas conhecem pelo menos uma das funções oferecidas pelo equipamento, sendo o saque é a mais conhecida (85%). Além do saque, as pessoas conhecem: transferências (49%), pagamento de boletos (42%), depósitos (41%), recarrega de celular (20%), prova de vida do INSS (6%), compras de gift cards (5%) e recargas de TV (5%).

Segundo o levantamento, 95% dos brasileiros conectados à internet têm contas em bancos. Sendo que, destes, cerca de 67% têm contas tanto em instituições com agências físicas quanto bancos digitais e aproximadamente 14% têm apenas contas em bancos digitais, número que cresceu significativamente de 2022 pra cá. Até o ano passado, o índice de pessoas com contas apenas em bancos digitais era de 9%.

Ao todo, 69% apontaram que gostaria de contar com mais caixas eletrônicos em comércios próximos de suas localidades. A grande maioria dos usuários (85%) já precisou sacar dinheiro e só conseguiu por causa do Banco24Horas.

A pesquisa demonstra que 69% não conseguiu fazer alguma transação financeira por instabilidade da conexão com a internet. 60% não conseguiu fazer alguma transação financeira por problemas de conexão com o banco. 53% não conseguiu fazer alguma transação financeira por problemas de conexão do cartão. 

34% precisaram pedir em um comércio para passar um valor no cartão e recebê-lo em dinheiro, pois não havia nenhum caixa eletrônico por perto. 

“Por isso, que temos uma grande preocupação em manter um alto índice de disponibilidade dos caixas eletrônicos. É um canal de serviço e ponto de relacionamento da população com suas finanças”, pontua.

De acordo com o levantamento, apenas 18% dos brasileiros conectados à internet sabem o que é o Drex, moeda digital do Brasil. Para Luiz Fernando Ribeiro Lopes, gerente de plataformas digitais da TecBan, isso mostra a importância de promover a educação financeira da população e disseminar o impacto do real digital na vida do brasileiro. “Assim como houve no Open Finance, temos ainda muita oportunidade para ensinar as pessoas sobre os casos de uso do real digital e as implicações no dia a dia. Temos contribuído com o Banco Central validando temas como escalabilidade, segurança e privacidade do Drex e a barreira do desconhecimento será crucial para escalar o real digital no Brasil. Vale ressaltar que o Drex ainda está em fase de piloto, ou seja, não está disponível para uso produtivo”, compara.

O estudo aponta quais são os principais medos que os brasileiros têm quando o assunto são golpes financeiros. O brasileiro tem mais medo de ter o celular roubado do que a carteira.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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