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Brasil aparece na 'lanterna' entre países emergentes

Pandemia afetou as economias em desenvolvimento, mas efeitos são mais extremos no País; expectativa se deteriorou com alta dos juros e com drible no teto de gastos

22 nov 2021 - 02h07
(atualizado às 07h23)
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A economia brasileira deve se ver em uma posição nada invejável em 2022, pois deve ter o pior desempenho dentre os principais países emergentes, segundo compilação feita pelo Estadão/Broadcast a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de cinco grandes consultorias e bancos.

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes durante entrevista coletiva
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes durante entrevista coletiva
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

As expectativas de cinco casas para a economia brasileira - Bradesco, Goldman Sachs, Capital Economics, Fitch Ratings e Nomura - variam de 0,8% a 1,9%. Já o FMI vê avanço de 1,5%, contra média de 5,1% do mundo emergente. Entre as nações analisadas, os piores desempenhos, após o brasileiro, são de África do Sul (2,2%) e Chile (2,5%).

De qualquer forma, essas perspectivas podem ser consideradas até otimistas, uma vez que a média das expectativas do economistas do relatório Focus, do BC, hoje está em 0,93% para o PIB. E já há bancos, como o Itaú, prevendo até retração de 0,5% no ano que vem.

Economista para países emergentes da consultoria britânica Capital Economics, William Jackson diz que, de forma geral, os emergentes sofreram com a pandemia e a alta de inflação, que afetou os juros. "Mas, no Brasil, tudo isso parece um pouco mais extremo."

Jackson cita a exposição da economia brasileira ao consumo chinês, afetado pela crise da incorporadora Evergrande. O especialista lembra também que o Brasil tem problemas estruturais sérios, como a fragilidade das contas públicas.

Juros

Enquanto o Brasil só faz subir a taxa Selic, na Ásia emergente, por exemplo, os bancos centrais têm conseguido segurar o ritmo de elevação nos juros por terem sentido, de forma geral, menor impacto da inflação.

Para a coordenadora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fabiana D'Atri, há frustração com as reformas e o eventual "furo" do teto de gastos. "O Brasil, relativamente, parece ter recuperação mais modesta", diz a economista, que vê ao menos um ponto positivo: "Temos recuperação importante no mercado de trabalho."

Estadão
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