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Mercados internacionais fecham sem sentido único na véspera do feriado de Ação de Graças

Além da realização de lucros antes do feriado que vai fechar o mercado americano, avanço do coronavírus e impasse nas negociações pós-Brexit pesaram nos índices hoje

25 nov 2020 - 07h41
(atualizado às 19h33)
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As Bolsas da Ásia, Europa e Nova Yorkencerraram o pregão desta quarta-feira, 25, sem sentido único, realizando lucros antes do feriado de Ação de Graças, que vai fechar o mercado americano. No entanto, a perspectiva da chegada, em breve, de uma vacina contra a covid-19 e o desenrolar pacífico da sucessão nos Estados Unidos alimentaram o otimismo do mercado, apesar das questões locais.

No exterior, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) vê como positivos os resultados divulgados recentemente das vacinas contra a covid-19, e espera contar com mais de um imunizante em sua estratégia para vacinar a região. Além da eficácia, a organização avalia fatores como logística, preço e métodos como importantes, no que as produções recentes da AstraZeneca (em parceria com a Universidade de Oxford) e da russa Sputnik V oferecem vantagens.

A notícia de um imunizante é vista com otimismo cada vez maior, diante de uma nova onda de impactos econômicos causados pelo vírus. Nesta quarta, a imprensa japonesa apurou que o governo metropolitano de Tóquio quer pedir aos restaurantes que operem em horário reduzido, para diminuir a chance de contágio. Fora do índice Nikkei, os papéis da empresa de restaurantes Watami cederam 3,59% no pregão.

A preocupação diante do aumento de casos da doença também foi o tema da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A entidade monetária disse que vê com otimismo os últimos indicadores dos EUA, que claramente apontam para uma retomada. No entanto, o Fed alertou que uma segunda onda da covid-19 pode trazer sérios riscos no curto e médio prazo para a economia americana.

Bolsas da Ásia e do Pacífico

Mais uma vez o destaque foi a Bolsa de Tóquio, onde o Nikkei saltou 0,50%. Com esse segundo avanço consecutivo, o índice se manteve nos mais altos níveis desde maio de 1991. O destaque na sessão foi o salto de 10,20% dos papéis da Japan Airlines, em meio à expectativa de volta da normalidade das viagens aéreas.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,31%. Os demais principais mercados tiveram um dia de realização de lucros recentes. Em Seul, o índice Kospi caiu 0,62%. Na China, o Xangai Composto recuou 1,19% e o Shenzhen Composto perdeu 1,74%.

Na Oceania, a Bolsa de Sydney fechou em alta de 0,59% e a de Wellington avançou 0,91%.

Bolsas da Europa

No velho continente, pesou a falta de um acordo econômico pós-Brexit, nome que é dado para a saída do Reino Unido da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco está preparado para um cenário sem entendimento comercial com os britânicos. "Não posso dizer se haverá um acordo com o Reino Unido. Os próximos dias serão decisivos", declarou.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também deu sinais de que não irá ceder. "Não vamos estender o período de transição". Ele ainda disse que um acordo comercial apenas irá evoluir "se a UE aceitar a soberania britânica sobre suas águas em relação à pesca". Com isso, os índices europeus realizaram lucros. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,08%, a bolsa de Londrescedeu 0,64% e Frankfurt teve leve baixa de 0,02%. Do lado oposto, Paris subiu 0,23%, enquanto Milão, Madri e Lisboa tiveram ganhos de 0,72%, 0,26% e 1,26% cada.

Bolsas de Nova York

Na véspera do feriado de Ações de Graças nos EUA, Wall Street não deu muita atenção à ata e continuou com a tendência que já vinha de mais cedo. Nas bolsas nova-iorquinas, o Dow Jones fechou em baixa de 0,58% e o S&P 500 cedeu 0,16%. O Nasdaq, por sua vez, avançou 0,48%, ajudado por Apple, com alta de 0,75% e Amazon, com 2,15%.

Com a renda variável marcada pela realização de lucros, os Treasuries ganharam atratividade e, como consequência, os juros longos cederam: no fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 0,156%, enquanto o da T-note de 10 anos subia a 0,884% e o do T-bond de 30 anos diminuía a 1,623%.

Petróleo

Nesta quinta, o petróleo se mostrou um dos ativos mais beneficiados pela expectativa de uma vacina para a covid-19, conseguindo se descolar do mau humor que atingiu os principais índices acionários mundiais. Hoje, o barril do WTI para janeiro fechou em alta de 1,78%, a US$ 45,71, e o do Brent para o mesmo mês avançou 1,57%, a US$ 48,61.

Segundo o Departamento de Energia (DoE), os estoques da commodity caíram 754 mil barris na semana encerrada em 20 de novembro, a 488,721 milhões de barris. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam estabilidade no número./ MAIARA SANTIAGO, IANDER PORCELLA E ANDRÉ MARINHO

Estadão
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