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Black Money é exercício de humanidade pra empreendedores pretos

Acompanhe como foi o Mesa do Empreendedorismo do Terra

1 dez 2022 - 15h25
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Foto: Terra / Divulgação

O Black Money é um movimento que tem como objetivo fortalecer profissionais e empreendedores pretos, a partir do estímulo à circulação de dinheiro entre a comunidade preta. E na edição de novembro, mês da consciência negra, esse é o tema da Mesa do Empreendedorismo. 

A Mesa contou com a participação de Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e Preta Hub, Mônica Costa, fundadora da G&P Finanças e Caroline Amanda, criadora da plataforma Yoni das Pretas. A apresentação, como sempre, é de Paola Cecchi. Além disso, a transmissão contou com a participação especial de Karen Martins Pereira, que é líder do grupo de afinidades Vivo Afro e Gerente de Negócios na Vivo.

“Durante muito tempo essa população [preta] foi relegada em relação à sua perspectiva, tanto da produção quanto do consumo. O conceito de Black Money é afro-americano e chega no Brasil 10, 15 anos atrás, com a perspectiva de circular dinheiro entre a comunidade negra”, explicou Adriana Barbosa. 

Mônica Costa abordou a questão da disparidade de remuneração que as mulheres pretas ainda encontram na sociedade: “Dentro da nossa história ancestral a gente vê que sempre foram as mulheres que sustentaram as famílias, mas é esse grupo que está na base da pirâmide socioeconômica, então existe uma contradição forte”, declarou. “Quando a gente começa a olhar para essa questão a gente vê a força do racismo estrutural”, conclui. 

Adriana lembra que a Feira Preta começou 20 anos atrás, quando a discussão sobre o racismo não existia como hoje, e que essa discussão evoluiu no Brasil, apesar de ainda não ser o ideal. Hoje, só no processo de montagem a Feira conta com 400 pessoas, sendo que há o cuidado em procurar empreendedores pretos como fornecedores. 

Receber investimentos para empreendedores pretos ainda é desafio 

Caroline Amanda comentou que no mercado em que atua, de saúde íntima, a maioria das empreendedoras são mulheres brancas, e que do seu ponto de vista há dificuldades para que os investidores anjo façam aportes para empreendedoras pretas. 

Ainda nesse tópico, Monica Costa acrescentou: “Existe um aporte muito grande de investimentos de investidores-anjo em startups, mas quando você vai procurar a gente, cadê? Nem 1% do que tem sido investido nas startups chega para startups pretas. Se a gente colocar uma mulher como fundadora, você não encontra”, disse. 

O investimento-anjo é um investimento feito para empresas que ainda estão em curva de aprendizado, e nesse momento o erro faz parte do processo. E quando esse investimento não é acessível aos pretos e pretas isso nega a eles essa possibilidade de aprendizado. 

Nesse sentido, Caroline Amanda comentou que o black money é um exercício de humanidade, quando o investidor pode dar a chance de erro e aprendizado para empreendedores negros, que de outra forma não encontrariam essa chance na sociedade. 

Para Adriana, os empreendedores pretos já são maioria entre os pequenos, mas eles ficam pequenos por encontrarem um teto imposto pela sociedade, e o black money ajuda a furar esse teto.

“Experimentar o investimento é poder errar, e a gente não pode errar”, sintetizou Caroline Amanda. 

Karen Martins Pereira, que é líder do grupo de afinidades Vivo Afro e Gerente de Negócios na Vivo, comentou: ”Quando uma pessoa preta ascende, toda uma família ascende junto. No Vivo Afro nós engajamos pessoas pretas para concorrer a vagas gerenciais e executivas”, abordando um movimento que é necessário dentro das empresas e deve ser trabalhado com intencionalidade para causar uma transformação. 

As convidadas comentaram sobre a importância da conexão com outras empreendedoras pretas como fonte de referência e fortalecimento tanto de habilidades práticas como da visão subjetiva de mundo que valoriza a sua cultura e sua história. 

“O black money é uma estratégia que vai além do dinheiro e tem a ver com respeito, o reconhecimento do seu trabalho e do seu talento é uma estratégia super importante”, finalizou Mônica Costa. 

A importância do Black Money para afroempreendedores:
Redação Dinheiro em Dia
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