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Após alta, dólar cai 1,2% com especulação eleitoral

Mais cedo, a moeda norte-americana alternou entre altos e baixos e superou R$ 2,50, impulsionada pelo quadro eleitoral

3 out 2014 - 21h29
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<p>Moeda norte-americana caiu 1,2%, a R$ 2,46 na venda, depois de alcan&ccedil;ar R$ 2,50 na m&aacute;xima da sess&atilde;o e R$ 2,45, na m&iacute;nima</p>
Moeda norte-americana caiu 1,2%, a R$ 2,46 na venda, depois de alcançar R$ 2,50 na máxima da sessão e R$ 2,45, na mínima
Foto: Thinkstock

O dólar fechou em queda de mais de 1% nesta sexta-feira, com investidores usando o noticiário político como pretexto para ajustar suas posições, após a divisa superar durante a sessão R$ 2,50 pela primeira vez desde o fim de 2008.

Leia também: Dólar lá em cima: a dança da moeda em época de eleições

A moeda norte-americana caiu 1,2%, a R$ 2,46 na venda, depois de alcançar R$ 2,50 na máxima da sessão e R$ 2,45, na mínima. Na semana, o dólar subiu 1,9%.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 3,3 bilhões, bem acima da média diária do mês passado, de US$ 1,5 bilhão.

"O mercado está comprado demais e sensível demais, o que não é uma boa posição técnica. Qualquer susto acaba fazendo um estrago", disse o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, acrescentando que, com as eleições, "a volatilidade não é mais a exceção, é a regra".

O avanço nas pesquisas eleitorais da presidente Dilma Rousseff (PT), criticada por sua política econômica por agentes dos mercados, puxou o dólar nas últimas semanas. Apenas em setembro, a moeda norte-americana avançou 9,33%, maior alta mensal em três anos.

Nesta sessão, investidores aproveitaram para corrigir parte dessa alta, após a revista Veja publicar em sua página na Internet que o doleiro Alberto Youssef teria documentos provando o esquema de corrupção na Petrobras. Alguns operadores acreditavam que a matéria poderia prejudicar as chances de reeleição de Dilma, que mantém a liderança nas pesquisas de intenções de voto.

Essa onda de vendas tirou a divisa das máximas da sessão e colocou-a firmemente em território negativo. Mais cedo, a moeda norte-americana alternou entre altos e baixos e superou R$ 2,50, impulsionada pelo quadro eleitoral e por números fortes sobre o mercado de trabalho norte-americano.

"O cenário doméstico está se sobrepondo à questão internacional hoje. Não é de surpreender, considerando que a eleição está ali", disse o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.

Na véspera, novas pesquisas do Datafolha e do Ibope mostraram a presidente na liderança da disputa nos dois turnos. No levantamento do Datafolha, Aécio Neves (PSDB) aparece em empate técnico com Marina Silva (PSB) na disputa pela segunda colocação, gerando incertezas sobre quem chegará à segunda rodada.

A alta do dólar pela manhã também foi corroborada pela perspectiva de subida dos juros norte-americanos mais cedo que o esperado, que ganhou suporte nesta manhã após dados mostrarem que os empregadores dos EUA acelerarem as contratações em setembro e a taxa de desemprego caiu à mínima de seis anos.

Nesse contexto, o dólar subiu mais de 1% ante o euro, alcançando a máxima em mais de dois anos, e se fortaleceu frente as principais moedas emergentes.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 2,11 mil contratos para 1º de junho e 1,89 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 196,9 milhões.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 13% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

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