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Apesar de melhora, Fitch não vê mudança de rating

Atualmente com perspectiva estável no conceito da Fitch, a nota do Brasil não deve ser alterada no horizonte de 18 a 24 meses

9 nov 2019 - 04h10
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A aprovação da reforma da Previdência foi necessária, mas não suficiente para estabilizar ou zerar o déficit fiscal brasileiro. Outras reformas e a volta do crescimento são fatores decisivos para que o País volte ao grau de investimento. A avaliação é do diretor-executivo da agência de rating Fitch no Brasil, Rafael Guedes, que prevê superávit primário em 2023 - um ano a mais do que na estimativa do Ministério da Economia.

Atualmente com perspectiva estável no conceito da Fitch, a nota do Brasil não deve ser alterada no horizonte de 18 a 24 meses. Mas as transformações que estão sendo observadas pela agência, como a reforma da Previdência e outras que estão por vir, podem levar a uma alteração de perspectiva, porém não no curto prazo. Para isso, afirmou ele, é necessário uma perspectiva de crescimento sustentável no longo prazo.

"Ainda não temos, obviamente, perspectiva de recuperação cíclica. (O País) pode crescer 2% ano que vem, 2,5% em 2021, mas não é suficiente para fazer uma inflexão no endividamento de longo prazo que leve a uma mudança na nota ou na perspectiva nesse momento", disse Guedes, durante seminário da FGV. " Tem uma série de indicadores muito bons que certamente os analistas olham."

Guedes afirmou que, para a Fitch, não importa como o Brasil vai reduzir seu endividamento, seja vendendo ativos pelo programa de privatização ou por reformas. O que importa, reforçou, é a estabilização no endividamento para poder tomar uma ação sobre o rating.

"Somos agnósticos, nós não dizemos como deve ser feito, mas analisamos os resultados que acontecem."

Outra preocupação do executivo é de como as reformas anunciadas nesta semana serão implementadas. A criação de um Conselho Fiscal da República, por exemplo, que reforçaria a governança do País, na sua avaliação, foi uma aposta acertada. "Uma série de medidas que foram anunciadas tratam de problemas estruturais que o Brasil tem há muitos anos. Mas a implementação é a chave."

Estadão
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