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Ameaça de Trump de impor tarifas sobre Brasil não surpreende governo

Para interlocutores do governo Lula, declarações do presidente dos Estados Unidos têm como objetivo alimentar seus números e algoritmos nas redes sociais

9 jul 2025 - 16h53
(atualizado às 17h56)
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BRASÍLIA - O governo brasileiro recebeu sem surpresa a nova ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar produtos importados do Brasil. Mais cedo, Trump disse que o "número" para o Brasil virá nesta quarta ou quinta-feira, 10, e que o País não tem sido "bom" para os Estados Unidos. Até o momento, os produtos brasileiros estão sujeitos à tarifa geral de 10%, sem sobretaxas adicionais, além das taxas de 50% sobre aço e alumínio.

A ofensiva comercial já estava "precificada" na Esplanada dos Ministérios, relataram interlocutores ao Estadão/Broadcast. Segundo um deles, os EUA já haviam mencionado que os anúncios do dia 9 seriam para todo o mundo com as cartas e tarifas recíprocas.

Durante a cúpula do Brics, no Rio, nos últimos dias, a fala do republicano não foi levada a sério por autoridades brasileiras. Uma delas afirmou que se tratava de mais uma bravata de Trump. As declarações do presidente dos Estados Unidos são vistas com o objetivo de alimentar seus números e algoritmos da rede social. Durante a reunião, Trump ameaçou diretamente o bloco, dizendo que quem se alinhasse aos Brics seria imediatamente taxado em 10%.

Para interlocutores do governo, situação com os EUA exige cautela e negociação
Para interlocutores do governo, situação com os EUA exige cautela e negociação
Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

Outro interlocutor que acompanha as tratativas diretamente com o governo americano aponta que será o momento de colocar novamente os "números na mesa", citando o déficit comercial do Brasil na relação com os Estados Unidos. Apesar disso, ele considera que a situação exige cautela e negociação, citando a escalada protecionista do governo americano.

O déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos é recorrentemente enfatizado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Nesta semana, Alckmin voltou a pregar o diálogo com os Estados Unidos e afirmou que "o Brasil não é problema para os Estados Unidos".

As recentes declarações de Trump sobre elevar as tarifas a países do Brics foram vistas por parte do governo como uma intensificação do processo de aplicação de sanções e aumento de tarifas já anunciado. Um integrante da equipe econômica observa que o risco maior é que as tarifas impostas pelos EUA desviem o comércio que iria para aquele país para o Brasil.

A relação entre os países ganhou novo contorno político, com Trump e a Embaixada americana saindo em defesa de Jair Bolsonaro (PL), alegando que há perseguição ao ex-presidente. O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, foi convocado pelo Itamaraty para prestar esclarecimentos.

As animosidades entre os países também cresceram com a ordem da Justiça americana de intimar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes em uma ação de empresas de Trump, acusando Moraes de censura.

Estadão
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