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Amazon está pronta para avançar em vendas diretas no Brasil, diz BTG; ações de varejistas caem

21 jan 2019 - 15h26
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A gigante Amazon.com está pronta para avançar com as vendas diretas de mercadorias após atrasos desencadeados principalmente por uma estrutura logística insuficiente e pela complexidade do sistema tributário brasileiro, informaram nesta segunda-feira analistas do BTG Pactual em relatório, enquanto as ações de varejistas brasileiras figuravam entre os destaques negativos da bolsa paulista.

Logo da Amazon em centro de logística em Boves, França, 19/01/2019. REUTERS/Pascal Rossignol
Logo da Amazon em centro de logística em Boves, França, 19/01/2019. REUTERS/Pascal Rossignol
Foto: Reuters

"Conforme nosso canais de checagem, após um atraso de mais ou menos três meses, ela lançará sua plataforma de venda direta (1P) no Brasil para um amplo portfólio de itens hoje ou nesta semana", escreveram Fabio Monteiro e Luiz Guanais.

Na avaliação deles, o foco maior da Amazon no segmento de venda direta significa que a empresa está pronta para fortalecer os investimentos, potencialmente via parcerias com operadores e transportadoras que atuam no regime conhecido como "última milha", em que produtos comprados pela internet são entregues em poucas horas.

Ainda segundo a equipe do BTG, superados os problemas logísticos no Brasil, a companhia lançará sua mais bem sucedida funcionalidade em todo o mundo, conhecida como Fulfillment by Amazon. "Mas esperamos que adote uma abordagem gradual, dada a concorrência de participantes como B2W e Magazine Luiza", ponderaram.

A expectativa de início das vendas diretas pressionava as ações de varejistas brasileiras, que estavam entre os piores desempenhos do índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa.

Às 15:20 (horário de Brasília), os papéis da B2W perdiam 3,76 por cento, enquanto os da controladora Lojas Americanas seguiam na mesma direção, com recuo de 2,74 por cento. Magazine Luiza cedia 3,04 por cento e Via Varejo se desvalorizava 0,82 por cento.

Monteiro e Guanais alertaram que a notícia deve trazer volatilidade às ações de empresas de comércio eletrônico no Brasil no curto prazo.

"Desde 2016, no entanto, nós sinalizamos que o comércio eletrônico brasileiro estava propenso a um crescimento secular, com um mercado posicionado para pelo menos triplicar até 2025, atingindo 200 bilhões de reais em Gross Merchandise Vale (GMV)", afirmaram.

Eles observaram ainda que, apesar do sucesso da Amazon na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados, seu forte crescimento na Índia e a posição de liderança no Japão, a expectativa é de que a empresa siga enfrentando concorrência acirrada no Brasil de participantes já bem estabelecidas no mercado, que investiram nos últimos em anos para construir um ecossistema completo que prioriza a experiência do usuário.

"Esse cenário deve impedir a Amazon de crescer rápido no Brasil. Em nosso estudo, ela compete por uma participação de mercado de duplo dígito baixo", completaram.

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