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Alemanha deve manter maior superávit do mundo

21 ago 2018 - 11h52
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Pelo terceiro ano consecutivo, país deve ser o com maior saldo positivo em conta corrente, devido sobretudo a exportações. Números devem reforçar críticas de outros governos, em especial dos Estados Unidos.A Alemanha deverá se manter pelo terceiro ano consecutivo como o país com o maior superávit em conta corrente do mundo, segundo cálculos do instituto de pesquisas econômicas Ifo, com sede em Munique.

Automóveis Volkswagen no porto de Emden
Automóveis Volkswagen no porto de Emden
Foto: DW / Deutsche Welle

O superávit alemão deverá ser de 264 bilhões de euros (299 bilhões de dólares), assim como nos dois anos anteriores. isso apesar de os números indicarem uma leve queda no superávit: de 7,9% do PIB em 2017 para 7,8% do PIB neste ano.

A balança corrente é um dos indicadores que detalha com maior exatidão a maneira como um país interage com o exterior. Ela reúne tanto comércio de mercadorias e serviços (importações e exportações), quanto transações correntes e transferências, incluindo remessas.

O que mais contribui para o superávit alemão é o comércio de mercadorias. A Alemanha produz bem mais do que consome, o que permite exportar grande quantidade de bens e serviços. Há anos que as exportações superam as importações no país.

Os dados, que confirmam a força das exportações alemãs, deverão gerar críticas por parte das outras principais economias mundiais, em especial, os Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, um dos mais vorazes críticos do superávit alemão, acusa Berlim de ser um dos maiores culpados pelo déficit bilionário na balança comercial americana e ameaçou aumentar as tarifas de importação sobre os automóveis alemães.

Segundo o Ifo, a Alemanha deverá se manter à frente do Japão, com superávit em conta corrente de cerca de 200 bilhões de dólares, e da Holanda (110 bilhões de dólares). De acordo com o instituto, a ausência da China entre os três maiores superávits se deve às altas importações e à redução das exportações para os EUA e Europa.

Apesar das exportações se manterem em alta, os índices de crescimento da economia alemã apresentaram leve tendência de queda para o terceiro trimestre de 2018, de acordo com um relatório mensal divulgado pelo Bundesbank, o banco central alemão. Segundo a instituição, o consumo continua sendo o motor do desenvolvimento econômico do país, com um aumento significativo da contribuição significativa do setor industrial.

Volker Treier, chefe de análises de comércio exterior da Câmara Alemã de Indústria e Comércio (DIHK), comemorou o superávit e afirma que os ganhos com as exportações serão direcionados para investimentos. "É um indicador do bom desempenho das empresas alemãs e da atratividade de seus produtos, e tudo isso em meio a um cenário internacional difícil", exaltou.

"As acusações de que a Alemanha inunda o mercado mundial com seus produtos são apenas superficialmente verdadeiras", disse Treier. Ele diz que as empresas do país utilizam seus lucros para financiar investimentos internacionais. Estima-se que essas empresas empreguem um milhão de pessoas na China e mais de 850 mil nos EUA.

Entretanto, o superávit alemão excede o índice de 6% do PIB considerado pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como sustentável em longo prazo, considerando que o superávit de um país pode implicar no déficit e endividamento de outro.

"A manutenção do alto superávit no comércio pode se tornar problemática se as contas a receber não forem pagas, por exemplo, se países estrangeiros não consigam bancar as pesadas taxas de juros", alertou o especialista do Ifo Christian Grimme.

RC/dpa/afp/rtr

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