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‘Três Graças’ estreia com personagens carismáticos e dramas de fácil identificação

Novela começa despretensiosa e, ao mesmo tempo, quer dominar a emoção do telespectador

21 out 2025 - 08h41
(atualizado às 08h41)
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A cuidadora de idosos que carrega nas costas a mãe doente e a filha imatura. A ‘véia louca’ mais esperta do que todos ao seu redor. O porteiro fofoqueiro. A vilã chique e sexy. O corrupto galã com divertido sotaque paulistano. O policial salvador do mundo. O motorista de ônibus exalando malícia.

O primeiro capítulo de ‘Três Graças’ entregou dose generosa de carisma, dramas humanistas (a gravidez precoce, a reincidência de mães solo na família, o desprezo pela classe trabalhadora etc.) e o interessante contraste entre a São Paulo periférica, de classe média e da elite financeira.

Sophie Charlotte está irretocável como Gerluce, oscilando entre a fragilidade de quem tem uma vida difícil e a garra inesgotável da brasileira anônima. O belo tema ‘Veludo Marrom’, cantado por Liniker como se fosse uma ária gospel, valorizou a intensidade de uma sequência de poucas palavras.

A novela apresenta uma protagonista realista e cativante. Interpretando a filha, Joelly, Alana Cabral já começou no tom certo. O diálogo das duas diante de uma sala de espera com grávidas sozinhas, sem nenhum namorado ou marido acompanhando, foi um dos pontos altos.

Saímos do universo dos milionários fúteis de ‘Vale Tudo’ para o Brasil do Bolsa Família, das casas sem reboco, dos pequenos sonhos, da reivindicação do direito à sobrevivência. Mas tudo isso sem excessos ideológicos. 

Gerluce (Sophie Charlotte) e Joelly (Alana Cabral): boa conexão em trama convincente sobre dramas femininos
Gerluce (Sophie Charlotte) e Joelly (Alana Cabral): boa conexão em trama convincente sobre dramas femininos
Foto: Reprodução/TV

Marca registrada do autor Aguinaldo Silva, o mistério surrealista está personalizado na estátua das três mulheres em tamanho real, escondida num quarto na mansão de Arminda (Grazi Massafera), a saborosa malvada do roteiro.

A vinheta de abertura aproveitou a plasticidade da peça para conectá-la com o trio protagonista. Pena que a canção ‘Clareou’, na voz de Thiaguinho e Negra Li, seja apática e desconectada das imagens.

Sinal dos tempos, a nova novela herdou de ‘Vale Tudo’ o merchandising desavergonhado: lá estava uma garrafa de refrigerante com rótulo gritante. A marca foi citada sem cerimônia. Tosco a ponto de ser engraçado. 

Até serviria como brinde para a boa estreia de ‘Três Graças’. Bem-vindo de volta, Aguinaldo Silva, ao lugar merecido de onde nunca deveriam tê-lo tirado.

Os vilões Ferette (Murilo Benício) e Arminda (Grazi Massafera): química instantânea no vídeo
Os vilões Ferette (Murilo Benício) e Arminda (Grazi Massafera): química instantânea no vídeo
Foto: Reprodução/TV
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