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Paolla Oliveira abre o coração sobre protagonismo em Vale Tudo: 'Um dos momentos mais felizes da minha carreira'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Paolla Oliveira revelou mais detalhes de sua estreia como Heleninha no remake de Vale Tudo na Globo

20 ago 2025 - 14h30
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Paolla Oliveira
Paolla Oliveira
Foto: Reprodução/Globo/Marcos Serra Lima / Contigo

Paolla Oliveira lutou para conquistar a Heleninha de Vale Tudo e, hoje, vive as dores e delícias dessa personagem intensa. Realizada, a atriz fala sobre a trama global e conta o que a fez encarar com leveza as críticas e elogios que vem recebendo com este trabalho em entrevista à Contigo! Novelas.

Como tem sido fazer a Heleninha de Vale Tudo?

"É um dos momentos mais felizes da minha carreira. Um lugar que escolhi estar, eu queria participar desse trabalho e queria muito a Heleninha. Então já começou com essa ousadia, mas também uma conquista. Eu amo Heleninha. Amo! Obviamente, excluindo toda a dificuldade que é na vida real, a gente conviver com pessoas que tem esse problema e para as próprias pessoas, mas como personagem ela é perfeita. Ela é intensa, é conflituosa, a gente tem a possibilidade de discutir problemas femininos por vários aspectos e dar um recorte para uma doença, agora a gente sabe que o alcoolismo é uma doença, mas também dá um recorte não só pelo olhar de uma mulher, mas também de classe, porque estou percebendo que está pegando muita gente. As características do alcoolismo também passam pela vida dessa mulher, todos os privilégios dela. Eu poderia ficar o dia inteiro falando do quanto ela ainda consegue ser uma mulher bem-humorada, inteligente e que é tomada por coisas que às vezes a gente mesmo se incomoda, né? Eu também me incomodo. Olho e falo 'Ai, meu Deus, por que ela está fazendo isso?' É uma personagem que não é para ser nem simpática, nem agradável. Ela é mesmo para mexer com a gente, para deixar a gente desconfortável em todos os níveis".

Foi uma escolha fazê-la assim?

"Eu optei por fazer ela assim. Porque acho que não é para gente nem achar graça, nem achar bonitinho, nem falar: 'Ah, eu gosto da Heleninha porque ela é carismática'. Não, eu optei por fazer ela assim".

É um dos maiores desafios da sua carreira?

"É um desafio, mas é tão bom a gente poder passar por isso mais madura, com mais ferramentas para passar por esse desafio. Se te jogarem no mar e tu não souber nadar, não vai ter ferramenta para lidar com aquilo. Agora, se você já tiver alguma base, você fala: 'Vamos nadar!'. Estou satisfeita com como eu estou conseguindo levar um trabalho que não é fácil. Um trabalho que a gente já sabia que ia ter comparações, em que tenho que lidar com o público muito mais ativo, em que virou um grande esporte falar da novela e isso é que torna a novela um sucesso, que também é uma novidade. É muito diferente a forma de assistir, é diferente para a gente, tem que passar por um desafio não só artístico, mas um desafio também de como essa novela é aceita. Mas agradeço ter ferramentas hoje para me colocar diante dessa situação e, mesmo assim, tenho certeza do caminho que eu escolhi artístico, de que críticas ou opiniões não tem a ver especificamente ou apenas com o meu trabalho, mas tem a ver com esse grande trabalho em conjunto".

Muita gente diz que Heleninha é chata. Essas críticas interferem na sua construção da personagem?

"Não. A gente não pode ficar toda hora tentando defender personagem. Os personagens são esses. A gente lida com uma família que é super-rica e que tem esses problemas, que faz parte da nossa sociedade. Existem críticas em relação a isso e não é só sobre a novela, é também sobre a novela, mas é sobre esse recorte. A Heleninha é chata, é complicada. Dá vontade de chacoalhar ela e falar: "Sai daí!". Obviamente nosso ponto principal é a coisa do público, como já era em 1988, mas o público também mudou, para entender que tem mais coisa aí, mais coisas que essa mulher está fazendo nesse relacionamento e daí a gente começa a ver Heleninhas. A gente começa a olhar e falar que talvez não seja só o álcool. Quantas vezes me coloquei nessa situação sem ter essa doença ou sem perceber o buraco que eu estava entrando? A gente tem que seguir firme o personagem, às vezes defendendo ele, às vezes não. Eu assisti pouco à versão de 1988, mas lembro que a Heleninha era muito mimada, era chata também. E a gente amenizava um pouco porque tinha uma coisa cômica que a Manuela [Dias, autora do remake] optou por não trazer. Então quando recebo o texto, a gente tenta fazer o melhor dentro da proposta que ela trouxe. Mas não tenho críticas, pelo contrário".

Como assim?

"Eu estou com a Manuela. Tento, o tempo inteiro, que as pessoas olhem com essa densidade. Chato todo mundo é, em algum momento ou até cometendo os erros que a Heleninha comete. Então não acho que seja ruim as pessoas acharem ela chata. Eu iria me incomodar se as pessoas achassem ela maravilhosa, sem problema nenhum ou até pensassem que está tudo bem ela tomar um gole de uísque. Heleninha é uma grande dualidade o tempo inteiro, para ela inclusive. E aí é que a gente entra nesse lugar que me faz ser fascinante como personagem. É o que a gente já via lá atrás, mas que ela voltou agora, pelo olhar da Manuela, muito mais complexa, na minha opinião. E isso pode tornar ela mais chata, pode tornar mais interessante, mais invasiva, incômoda".

Heleninha aceitou ir para o Alcoólicos Anônimos. Qual é a importância dessa decisão agora?

"É justo que ela vá para o AA, que dê esse passo, que é importante, que inclusive tem me ajudado muito na construção. O tempo inteiro estou andando ao lado da consultoria que eu tenho do AA e de amigos que são portadores dessa condição. Então acho legal não só no último capítulo, mas poder falar disso agora, mais cedo, já que a gente está falando de tanta coisa, levantar esse debate também".

A gente te percebe mais leve hoje, até com críticas sobre a personagem, sobre a novela. Isso a maturidade te deu?

"É meu mar, aprendi a nadar. Eu fiz um paralelo, que quando a gente não tem ferramentas para passar por um momento difícil, é complicado. Mas, ao mesmo tempo, é complexo porque a gente só consegue as ferramentas passando pelas tormentas. Essa é a vida. Não só do artista, mas é a nossa vida. A gente aprende passando pela dificuldade e aí a gente fica melhor para passar por outras dificuldades. Não estou dizendo que críticas sejam dificuldades, críticas são ótimas, faz parte do trabalho. Elas são às vezes bem-vindas, às vezes interessantes, às vezes rasas, às vezes são só um esporte, porque agora virou um esporte bater em novela, o esporte do que eu sei sobre novela. Mas eu me sinto mais leve. Para mim é o momento mais interessante e mais delicioso da minha carreira. Em que tive a oportunidade de estar num lugar que eu desejei, tenho um prazer gigante de vir trabalhar, não só pelos meus colegas, mas por essa personagem que me mantém viva, porque eu me vejo, eu me descubro, eu descubro mulheres à minha volta por meio da Heleninha e não só apenas pelo alcoolismo. Então, é muito gratificante isso".

Então suas vivências te fizeram encarar tudo isso de uma outra forma...

"Lido com as críticas de uma maneira mais leve, ainda mais porque quem tem que mudar somos nós, artistas. A gente tem a opção de não mudar e seguir ou de mudar, porque o público não vai mudar. O público ganhou esse aval, esse poder, a internet deu isso. E que maravilha. Como é que a gente retrocede um negócio desse? Não retrocede. Deixa as pessoas terem opinião, deixa elas acharem, confundirem as cenas todas. Nessa novela a gente tem quase um mês de frente. Eu nunca fiz uma novela tão adiantada e tão organizada. Teve uma sequência de críticas e eu recebi algumas coisas, porque não vou procurar, mas ela pipocam em volta de mim. E aí recebi alguém falando assim: "Ah, que bom que ela mudou. Olha, se não fosse o nosso conselho..." Sendo que estava tudo gravado já [risos]. Então é divertido e tem que ser, porque senão vira um grande problema. A arte não é problema. A arte é para a gente botar o povo vivo mesmo, assim como eu me sinto fazendo essa novela".

Mas você se sente muito amada também, né?

"Muito. É tão gratificante, recebo áudios de pessoas elogiando e eu não posso falar muito que choro. As pessoas me abraçam. Só que receber elogios com uma personagem como essa, de as pessoas se identificando, ao mesmo tempo que é gratificante, é muito doloroso".

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