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Globo tenta alavancar 'Vale a Pena Ver de Novo' com 'O Cravo e a Rosa'

4 ago 2013 - 13h58
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Estrear em uma emissora adaptando uma história de William Shakespeare poderia até soar como prepotência perante outros autores. Mas Walcyr Carrasco teve tanto êxito com O Cravo e A Rosa, sua primeira novela na Globo, exibida em 2000, que o casal formado pelo truculento Petruchio e pela geniosa Catarina, vividos por Eduardo Moscovis e Adriana Esteves, volta ao ar em sua segunda reprise no Vale a Pena Ver de Novo, a partir desta segunda, dia 5 de agosto.

Em sua primeira reexibição, em 2003, teve média geral de 23 pontos, apenas sete a menos que o resultado atingido entre 2000 e 2001. Agora, a adaptação de A Megera Domada é novamente usada como trunfo para levantar o horário, que não deve fechar abaixo dos 15 pontos esperados para o horário pela emissora com o término de O Profeta. "Tudo era uma delícia ali. Era um humor repleto de nuances, bem típico das obras do Walcyr e que fez sucesso nas duas vezes em que transmitiram. Vai ser de novo agora", torce Luis Melo, que encarnava o banqueiro Batista na história.

Na trama, Catarina era uma jovem que tinha ideias consideradas "moderninhas" demais para a sociedade. Não tinha pretensões de se casar, o que preocupava a irmã Bianca, vivida por Leandra Leal. Isso porque o pai das jovens, o banqueiro Batista, só aceitava noivar a mais nova depois que sua primogênita tivesse um marido. Como tinha sua fazenda ameaçada por dívidas, Petruchio era incentivado a "domá-la" e levá-la à igreja para, com o dinheiro da moça, resolver suas pendências financeiras. Os dois até se apaixonavam, mas um era incapaz de dar o braço a torcer para o outro, ocasionando brigas regadas a muitos cacos de louças quebradas. "É uma história de um amor que surge através do conhecimento. Nenhum deles pensa em casar, mas passam a se amar porque reconhecem a beleza interior um no outro", romantiza Walcyr. 

O Cravo e A Rosa marcou, além da estreia de Walcyr na Globo – ele já tinha assinado Cortina de Vidro e Fascinação, no SBT, e Xica da Silva, na Manchete, esta última sob o pseudônimo de Adamo Angel –, a volta de Walter Avancini para a emissora, depois de uma temporada de trabalhos na Manchete, no SBT e até em Portugal. Na época, o diretor-geral fez uma recomendação especial ao elenco, preocupado com possíveis excessos por parte do grupo. "Ele falava que não queria comédia, pois ela estava dentro da história. Não queria tipos ou piadas sublinhadas", lembra Eduardo Moscovis, que pensou em recusar o convite para viver o protagonista da trama. Na época, ele acreditava que se tratava de um papel parecido com seu último trabalho na tevê, o taxista Carlão do remake de Pecado Capital. Mas uma conversa com Walter Avancini o fez mudar de ideia.

A história era ambientada em São Paulo, na década de 1920. No total, foram construídos 26 cenários de estúdio e uma cidade cenográfica dividida em quatro partes: dois trechos residenciais, de classe alta e média, a parte principal da cidade – cuja maior referência era uma foto do antigo Largo do Tesouro, que, de fato, existiu na capital paulista – e a periferia. Algo que chamava atenção era o bonde elétrico, com capacidade para 20 pessoas, que circulava pelas ruas fictícias. E também os sete automóveis Ford modelo T, de fabricação entre 1919 e 1927, cedidos pelo Clube Fordinho, que reúne colecionadores de veículos antigos de São Paulo. "Esse foi um trabalho em que tudo deu certo. As pessoas ficavam impressionadas com a qualidade do que era visto", exalta Ney Latorraca, que interpretava o submisso Cornélio no folhetim.

Fonte: TV Press
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