Atriz diz que foi escalada para 'Escrito nas Estrelas' sem teste
- Mariana Trigo
Isabela Meirelles nunca precisou se esforçar para conseguir personagens no cinema e na TV. Desde suas atuações em filmes e no seriado Dicas de Um Sedutor, quando viveu a sensível Ganesha, filha de Santiago, de Luiz Fernando Guimarães, a atriz assegura que tem colecionado convites para papéis diversificados. Foi assim com sua personagem atual, a transgressora Mônica, de Escrito nas Estrelas. No final do ano passado, esta carioca de 21 anos tinha acabado de voltar de uma longa viagem pela Europa quando recebeu um telefonema inesperado. Era um convite para participar da trama sem ao menos ter de fazer teste para o papel, o que é raro para uma quase estreante na TV. Quando atendeu o telefone, já avisaram o perfil de sua personagem e quando ela iria começar a gravar. "Não faço ideia de como chegaram ao meu nome. Na minha vida as coisas acontecem rápido e sempre me pegam de surpresa. Fiquei extasiada com a notícia", comemorou, com um esboço de sorriso.
Assim que soube que Mônica pertenceria ao núcleo de uma família de artistas na trama de Elizabeth Jhin, Isabela vibrou, principalmente pelo fato da personagem tocar e lecionar piano. Afinal, a atriz fez aulas de piano por 15 anos, tanto que nem precisa de dublê em suas cenas. No entanto, o que realmente mais seduziu Isabela neste trabalho foi o jeito descolado e esteta que a personagem se destaca na história. "Ela também tem um equilíbrio, é bem centrada, tem amadurecido como eu. Já fui muito ovelhinha negra e rebelde. Ia toda rasgada para a escola, já cheguei a desenhar centenas de estrelinhas pelo corpo numa aula", divertiu-se a atriz, provocando uma atitude mais moleca.
Nem mesmo quando fala sobre sua ascendente trajetória como atriz no cinema, Isabela perde seu jeito displicente de quem ainda se surpreende com os bons rumos de sua carreira. A atriz estreou no cinema com o longa O Passageiro - Segredos de Adulto, de Flávio Tambellini. Mas foi com o filme Praça Saens Peña, de Vinícius Reis, que Isabela começou a ser reconhecida. Foi nesta produção que ela ganhou o prêmio de Atriz Coadjuvante no Festival de Cinema de Pernambuco. "Acho que me ligaram para fazer a novela por causa desse filme. Sei lá, os diretores dizem que sou uma operária, gosto muito de trabalhar", minimizou a atriz, que cursou faculdade de Belas Artes e se formou em Artes Dramáticas na UniverCidade, no Rio.
Essa inquietação da atriz na profissão começou cedo. Desde os nove anos de idade, esta lourinha crescida na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio, começou a fazer aulas de dança. Mas só aos 15 anos decidiu frequentar cursos de teatro. Começou pelo Tablado, fez cursos livres na CAL, aulas de interpretação para vídeo e nunca mais parou. Esse é um dos motivos que também tem feito com que Isabela se identifique tanto com o universo desse seu primeiro personagem em novelas. Afinal, Mônica tem um irmão e mãe bailarinos, interpretados por Bruno Ferreira e Cristina Amadeo, que vivem Mauro e Danusa. O único personagem que anda na contramão em seu núcleo é o retrógrado taxista Calixto, de Cláudio Galvan, que vive seu pai na história. "Ele é o cara da oposição. O machista que acha que arte é só para mulher e que o filho pode virar boiola se dançar. É antiquado mesmo. Pena que ainda exista gente assim!", lamentou a atriz, que tem contrato por obra com a Globo.