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"Gordos sofrem preconceito", diz F. Karla, a Perséfone de 'Amor à Vida'

27 jan 2014 - 15h15
(atualizado às 17h08)
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A atriz passou por momentos delicados na pele da enfermeira Perséfone
A atriz passou por momentos delicados na pele da enfermeira Perséfone
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press

Próximo do fim de Amor à Vida, um misto de saudade e alívio toma conta de Fabiana Karla. Intérprete da sofredora enfermeira Perséfone, ao longo dos últimos 10 meses, Fabiana viu sua personagem crescer e ganhar história própria na trama de Walcyr Carrasco. Ao mesmo tempo, teve de marcar presença no humorístico Zorra Total, onde, desde 2004,  desempenha função central na pele de várias personagens. "Foi bem complicado conciliar. Foram meses dormindo muito tarde e acordando cedo demais. Em alguns dias, gravei a novela e o programa. Mas a sensação de conquista é maior que o cansaço. Eu tenho muito orgulho da Perséfone", garantiu.

A verdade é que a atriz recifense de 38 anos não consegue ficar parada. Atualmente, além da jornada dupla na Globo, Fabiana ainda arruma tempo para cuidar da família, faz trabalhos como modelo plus size e cuida dos últimos detalhes de sua estreia na literatura infantil com O Rapto do Galo, da Editora Rocco. "Sou apaixonada pelo Carnaval da minha terra. O livro carrega essa referência", contou. Foi em sua cidade natal que Fabiana teve seu primeiro contato com a interpretação. Aos 14 anos, já estava envolvida com teatro amador. Aos 26, mudou-se para o Rio de Janeiro e, pouco tempo depois, conseguiu seu primeiro trabalho na Globo, como a fofoqueira Célia de Mulheres Apaixonadas, de 2003. "Era tudo muito novo para mim. Gosto da história que estou construindo na TV. E ainda quero muito mais", ressaltou a atriz, que, no momento, analisa a possibilidade de ter um programa solo em algum canal pago.

TVPress – Sua presença em Amor à Vida é fruto do destaque que você teve em Gabriela, de 2012. Pensa em largar o Zorra Total e focar apenas nos folhetins?

Fabiana Karla – Sou contratada e isso é uma questão que só a direção da Globo pode resolver. Só pude aceitar o convite para fazer Amor à Vida depois de uma negociação entre a produção do programa e da novela. Afinal, faço parte do elenco principal do Zorra Total e o humorístico não poderia ficar desfalcado. Em Gabriela, foi bem mais fácil de conciliar, pois era uma novela mais curta, com um processo mais tranquilo de trabalho. Já na novela das 21h é tudo muito mais intenso.

TVPress – Sua personagem cresceu e teve trama própria dentro da novela. Como isso influenciou na rotina de se dividir entre as duas produções?

Fabiana – Em alguns dias eu cheguei a gravar a novela e o programa. Foi uma loucura. Não tenho distinção com os trabalhos. Adoro fazer a comédia escrachada do Zorra Total e o humor com tintas mais naturalistas de Amor à Vida, mas chegou um momento em que eu pensei que não fosse dar conta de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Afinal, em questão de poucas horas, eu tinha de ir do exagero ao crível e isso exigiu muito de mim.

TVPress – Não teria sido mais fácil se você pedisse para ser dispensada do programa enquanto a novela estivesse no ar?

Fabiana – Com certeza. Mas não tive a possibilidade de escolher fazer só uma produção. Afinal, meu compromisso principal é com o Zorra Total, que é um programa que sofre preconceito por ser popular, mas que tem importância ímpar na grade da Globo. Como eu queria muito fazer a novela, acabei aceitando o que ficou acordado entre o Sherman (Maurício, diretor de núcleo do programa) e a equipe do Wolf (Maya, diretor de núcleo de Amor à Vida). E, apesar do cansaço, valeu muito me desdobrar para conseguir fazer a Perséfone. 

TVPress – Por quê?

Fabiana – A repercussão da personagem foi muito positiva. Eu nunca tive problemas em ser gordinha, mas muita gente tem e passa por situações que deixam traumas. O autor tocou em feridas sociais que a grande maioria das pessoas acha que nem existem, mas estão em todos os lugares. Gordos sofrem preconceito sim. Por esse contexto, a Perséfone não é um papel tranquilo e do riso fácil. É claro que ela tinha um lado cômico bem definido. Inclusive, se não fosse isso, acho que não teriam me chamado para interpretá-la, mas ela teve momentos dramáticos e delicados. Me emocionei em muitas cenas.

TVPress – Este ano, você completa uma década de Zorra Total e é reconhecida por ser uma atriz de comédia. O rótulo a incomoda?

Fabiana – De maneira alguma. Foi na base da comédia que conquistei tudo o que tenho. Mas é claro, que quando é possível, eu saio do óbvio. Se quero fazer teatro, por exemplo, não vou no texto mais bem-humorado ou escrachado, vou no que me faz rir, mas também me faz pensar, como foi na peça A Gorda, uma obra extremamente afiada, crítica e cruel do Neil Labute (premiado dramaturgo americano). A Perséfone, inclusive, vai me render bons frutos por ter o flerte com o drama. Não tenho problemas em ser atriz de comédia. O que não quero é ser vista como uma atriz com limitações, que só faz a mesma coisa sempre.

Amor à Vida – Globo – De segunda a sábado, às 21h

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Fonte: TV Press
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