Novelas de sucesso fazem Globo recuperar poder e status
Emissora se distancia ainda mais das concorrentes e tenta agradar público da internet
Em 2015, ano no qual completou meio século, a Globo viveu um de seus piores períodos no Ibope. A comemoração do cinquentenário foi ofuscada por insucessos como ‘Babilônia’ e ‘A Regra do Jogo’.
Hoje, o cenário é outro. As principais faixas de teledramaturgia da emissora apresentam bons índices.
Desde a reprise de ‘Senhora do Destino’ no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ (média de 16 pontos, com um capítulo recente marcando impressionantes 23 pontos) até o folhetim das 21h, 'A Força do Querer’, perto de alcançar 33 de média, seis a mais do que a antecessora.
Os ótimos resultados de ‘Malhação – Viva a Diferença’ (20 pontos), ‘Novo Mundo’ (23) e ‘Pega Pega’ (29) – produções com mais público do que as anteriores nas mesmas faixas horárias – ajudam a Globo a se distanciar cada vez mais de Record e SBT no ranking do Ibope e da GfK.
Essa liderança isolada, sem ameaça iminente, faz o canal ousar na disputa pelos consumidores de streaming.
Séries como ‘Carcereiros’, baseada em livro do médico Drauzio Varella, e ‘Brasil a Bordo’, criada e protagonizada por Miguel Falabella, já foram disponibilizadas no Globo Play sem ter data marcada para estrear na TV.
Essa deferência ao internauta-telespectador seria impensável tempos atrás, quando a Globo ainda ignorava o poder crescente do consumo de ficção de boa qualidade na web.
Para não perder a curva ascendente de audiência, a emissora está cada vez mais rigorosa na escolha das próximas novelas a serem produzidas.
Tramas com excesso de violência e drama perdem lugar para enredos mais leves, focados em romantismo, heroísmo clássico e humor familiar.
Os sucessos atuais, aliados ao bom desempenho do jornalismo em tempos de notícias cada vez mais surpreendentes, podem fazer a emissora da família Marinho ter uma das melhores audiências anuais desta década.
Ainda que Record e SBT possuam êxitos em seus segmentos – novelas baseadas em textos bíblicos e infanto-juvenis, respectivamente –, a Globo prova que sua teledramaturgia ainda é imbatível.