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Sucesso de Gretchen é tapa na cara de quem esnoba o popular

Antes rejeitada pela grande mídia, cantora ganhou destaque até no ‘Fantástico’

10 jul 2017 - 13h12
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A Rainha do Bumbum virou ‘cool’ nos quatro cantos do planeta após ser tietada por Katy Perry
A Rainha do Bumbum virou ‘cool’ nos quatro cantos do planeta após ser tietada por Katy Perry
Foto: Reprodução/YouTube

Antropólogos, sociólogos e poetas já disseram: o brasileiro tem vergonha de si mesmo. Gostaria de ser gringo. Rejeita a base da cultura de seu País e prefere valorizar o que vem de fora.

Por isso, quando um artista popular se destaca no exterior, ao invés de ser celebrado, quase sempre vira alvo fácil de ataques. “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal”, sentenciou o sábio e saudoso Tom Jobim.

Gretchen é o fenômeno – e a ‘vítima’ – da vez. A cantora e dançarina foi catapultada à fama internacional ao ganhar como fã a popstar americana Katy Perry, dos hits I Kissed a Girl, Firework e Roar.

A brasileira, símbolo sexual desde os anos 1970 e dona do título ‘Rainha do Bumbum’, participa do clipe de Swish Swish, com mais de 16 milhões de visualizações no YouTube até a manhã desta segunda-feira (10).

A estrela com 13 indicações ao Grammy se tornou admiradora de Gretchen ao vê-la em memes nas redes sociais. “Ela é incrível, um ícone. Ela é a internet”, disse Katy ao jornalista Bruno Astuto, em depoimento exibido no Fantástico.

A visibilidade planetária da rebolativa artista, de 58 anos, a tirou do segundo escalão na mídia.

Gretchen, assim como outros veteranos rotulados de populares e/ou bregas, tem pouco espaço na chamada grande mídia, especialmente nas maiores redes de TV, nos jornalões e nas revistas ditas sofisticadas.

Agora, até a dona Globo se rendeu ao ‘piripiri’ da intérprete de hinos como Conga Conga Conga e Me Gusta El Cha-Cha-Cha, com matéria elogiosa no horário nobre do domingo.

Gretchen, quem diria, está novamente na moda e virou ímã de audiência.

Esse episódio mostra a força da web – capaz de levar uma artista brasileira a lugares inimagináveis sem que ela tenha planejado – e ressalta a relação mal resolvida que boa parte dos brasileiros tem com os ídolos populares.

Houve quem achou um “absurdo” o Brasil ser representado no exterior por uma mulher que explora o corpo e a sensualidade em seu trabalho artístico.

Seria um reforço dispensável do estereótipo da brasileira na visão de muitos gringos: vulgar, ‘fácil’ e objeto sexual. Há razão no descontentamento.

Mas o relevante mesmo é o poder do popular, aqui tão desprezado pela elite cultural e por aqueles que não toleram as preferências alheias.

O sucesso de Gretchen no exterior, ainda que efêmero, serve como desagravo a todos os que, como ela, sofrem preconceito por falar a linguagem do povão.

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