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Jeff Benício

Medidas polêmicas fazem ‘TV do Lula’ virar ‘TV do Bolsonaro’

Retirada de programa diário com pautas liberais gera protestos na internet

30 jan 2019 - 11h41
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Durante a campanha presidencial, o então candidato Jair Bolsonaro criticou duramente a TV Brasil, criada em 2007 e apelidada de ‘TV do Lula’ por ser vitrine das ações do governo federal.

Um dia após ser eleito, no final de outubro, o agora presidente Bolsonaro disse na RecordTV que pretendia extinguir ou privatizar a emissora estatal por conta do “prejuízo” gerado aos cofres públicos e o “traço” de audiência.

O Palácio do Planalto ainda não confirmou a concretização dessa promessa eleitoral. Enquanto tem seu futuro em aberto, a TV Brasil passa por mudanças impostas por Brasília.

A TV Brasil se tornou o canal da discórdia: intervenção, privatização ou extinção?
A TV Brasil se tornou o canal da discórdia: intervenção, privatização ou extinção?
Foto: Fotomontagem com imagens de PT e Agência Brasil / Divulgação

A imprensa repercutiu – e as redes sociais fizeram estardalhaço – com a omissão nos telejornais da TV Brasil da decisão de Jean Wyllys de renunciar ao terceiro mandato por conta de ameaças de morte a ele e sua família.

Questionada, a direção da emissora disse ter priorizado outros assuntos, como a crise política na Venezuela.

No último dia 27, o colunista Guilherme Amado, da revista Época, postou: ‘Versão da EBC de que não houve censura sobre Jean Wyllys é falsa’.

EBC é a Empresa Brasil de Comunicação, estatal que gerencia as emissoras de rádio e televisão públicas federais.

‘A coluna tem a reprodução de uma troca de mensagens de WhatsApp, entre uma pessoa em cargo de chefia e seus subordinados, em que é passada a orientação para não cobrir o assunto’, escreveu o jornalista.

Nova polêmica surgiu na terça-feira (29) com a suspensão do tradicional programa de entrevistas Sem Censura, que estava no ar desde 1985.

A atração comandada por Vera Barroso abordava, eventualmente, temas sensíveis ao novo governo, como a descriminalização do aborto, a diversidade sexual e o conteúdo ensinado nas escolas.

Caso decida extinguir a TV Brasil, Bolsonaro terá que realocar centenas de funcionários concursados.

A ideia de privatização esbarra em um ponto fundamental: qual empresário estará disposto a investir muitos milhões para transformá-la numa emissora comercial?

Enquanto não se toma decisão definitiva, a TV do Lula se torna, aos poucos, a TV do Bolsonaro.

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