Rubby Pérez morre em boate na República Dominicana
Ícone do merengue estava se apresentando quando o teto do local desabou; mais de 150 pessoas ficaram feridas e autoridades ainda buscam desaparecidos
O que era para ser uma noite de celebração e música terminou em luto e comoção nacional. Na terça-feira, 8 de abril, uma tragédia atingiu a boate Jet Set, em Santo Domingo, capital da República Dominicana.
Durante uma apresentação do consagrado cantor de merengue Rubby Pérez, o teto do estabelecimento colapsou, resultando em uma das maiores tragédias já registradas no país.
Segundo as autoridades locais, pelo menos 113 pessoas perderam a vida e outras 155 ficaram feridas. Até o fechamento desta reportagem, mais de 100 ainda estavam desaparecidas. A magnitude do desastre mobilizou equipes de emergência que, com auxílio de cães farejadores e escavadeiras, seguem atuando na busca por possíveis sobreviventes sob os escombros.
Entre as vítimas fatais, estão nomes de grande relevância nacional, como a governadora da região de Montecristi, Nelsy Cruz, que teria feito uma ligação ao presidente pouco antes de sucumbir aos ferimentos, segundo informações da primeira-dama dominicana.
Também faleceram os jogadores de beisebol Octavio Dotel e Tony Enrique Blanco Cabrera, figuras queridas no cenário esportivo local.
Rubby Pérez foi um dos maiores nomes do merengue
A apresentação de Rubby Pérez era uma das mais aguardadas da noite. O cantor estava acompanhado por sua filha, Zulinka Pérez, que atua como backing vocal na banda. Sobrevivente do acidente, ela relatou com emoção os instantes logo após o colapso:
"Ele estava ferido, mas continuou cantando para que soubessem que estava vivo", disse ela à imprensa, em entrevista que ganhou repercussão internacional. A confirmação oficial da morte do artista veio horas depois, e o mundo da música mergulhou em tristeza.
Zulinka também compartilhou uma frase emblemática que o pai sempre repetia: "Se algo acontecer comigo, me cubram para que ninguém tire fotos." A imagem do respeito à sua memória, em meio ao caos, comoveu fãs e colegas artistas, que prestaram homenagens nas redes sociais.
Rubby Pérez, nascido Roberto Antonio Pérez Herrera em 8 de março de 1956, em Bajos de Haina, é considerado uma das vozes mais potentes do merengue. Sua trajetória artística começou após um acidente de carro que o afastou do sonho de ser jogador de beisebol. Determinado, ingressou no Conservatório Nacional de Música e, em 1978, iniciou sua carreira profissional com o grupo Los Hijos del Rey.
Em 1982, passou a integrar a famosa orquestra de Wilfrido Vargas, onde ajudou a eternizar sucessos como "Volveré" e "El Africano". Cinco anos depois, iniciou sua carreira solo e rapidamente se consagrou como um dos pilares do gênero caribenho. Com sua voz inconfundível e presença marcante, conquistou palcos internacionais e se tornou um verdadeiro embaixador do merengue.
A morte de Rubby Pérez representa não apenas a perda de um artista, mas de um símbolo da cultura musical latino-americana. Em meio ao luto, fãs se reúnem para homenagear o legado de um homem que, até o fim, usou a música como forma de expressão e resistência.