The Town: veja os grafites do Palco Quebrada e conheça artistas que pintam ao vivo
Antecipamos imagens feitas antes da abertura do festival, e os croquis de algumas que serão pintadas durante os shows
Palco Quebrada estreia no The Town com dez grafiteiras e grafiteiros. O espaço, dedicado à música das periferias, conta com grandes nomes como Belo, Criolo, MC Hariel, Black Pantera, Kayblack, entre outros.
Uma mulher negra com fones de ouvido, um cria de cabelo platinado, o moleque da quebrada com a bola na mão: esses e outros grafites serão vistos no Palco Quebrada, no The Town.
Algumas pinturas foram feitas antes do início do festival, mas a maior parte é surpresa: será criada durante as apresentações, nos dois finais de semana do The Town, nas chamadas “live paints”, ou “pinturas ao vivo”.
“Mesmo sendo um dos curadores, não resisti ao desafio e me senti obrigado a deixar minha marca: assumi a criação da fachada do Espaço Quebrada”, conta Diego Finha, responsável pela curadoria de grafiteiros e grafiteiras, junto com Tiago Mordix.
Outro que deixou sua marca antes do início do The Town é o grafiteiro Dinas Miguel. “A ideia era ter uma composição para as pessoas entenderem a proposta de grafite assim que chegarem ao Palco Quebrada”, explica.
Grafiteiro mostra trampo afrofuturista no The Town
Felipe 3Visão (lê-se “terceira visão”) deixou sua marca antes dos portões do The Town abrirem. “Meus personagens são baseados no movimento afrofuturista”. Ele é da zona sul, perto de Heliópolis, tem 41 anos e começou a grafitar por volta dos anos 2000.
Estudou artes visuais, é designer gráfico e atua como artista e arte-educador. Chegou ao The Town por meio do trabalho desenvolvido no Instituto Bacarelli, em Heliópolis. É sua primeira participação em um festival do tamanho do The Town.
Calor representa a zona leste no primeiro final de semana do The Town
Com 35 anos, Calor deixa suas letras e figuras pelas ruas da cidade desde 2012. Faz trabalhos em paredes e telas. Está feliz com o convite para o The Town que, segundo ela, convocou “pessoas que realmente são da quebrada”, como ela, da região de Sapopemba, zona leste de São Paulo.
“É a estreia do Palco Quebrada, estou bem ansiosa, mas muito contente de estar abrindo as apresentações. Eu vou levar um pouco de escrita e desenho de letras, a essência do grafite. Vou homenagear a cidade de São Paulo”, diz a artista, que guardou o restante da surpresa para o palco.
Ficha de Felipe Z.ONE só caiu na coletiva de imprensa do The Town
Felipe Z.ONE, 34 anos, mora acima do ateliê que mantém no Eldorado, quebrada paulistana na divisa com Diadema. Começou na cultura hip hop com break e pratica grafite há uma década, sua principal atividade.
“Trago um pouco das letras de rua misturado com o rosto de um personagem negro, um cria de quebrada, cabelo platinado, óculos escuros. Como estou me sentindo? Confesso que a ficha só caiu no dia da coletiva de imprensa do The Town”, revela.
Adriano Bizonho quer mostrar que criança “pode ser mais”
Adriano da Silva Figueiredo, 38 anos, o Bizonho, é da zona sul de São Paulo. Está há mais de duas décadas grafitando e ensinando a grafitar. No último final de semana do Palco Quebrada, pintará três imagens, "a principal é uma criança negra”.
Bizonho explica que “ela vai estar segurando uma bola, é o sonho de ser jogador, mas o mais interessante é a coroa na cabeça, a criança pode ser mais, é para ela entender que um dia pode estar ali também”.
“Assino só CAT”, explica grafiteira da zona leste
Jéssica Maria dos Santos é do extremo leste de São Paulo. Tem 26 anos e começou a grafitar em 2013. Assina como CAT e vai mostrar sua arte no segundo final de semana do Palco Quebrada.
“Vou fazer uma mulher negra com o gato preto, que estão dentro do meu estilo: personagens voltados para o realismo e a representatividade”, explica sobre o grafite que vai estampar no The Town.