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Pedro Mariano reúne clássicos da MPB para show em São Paulo

Cantor, que traz seu novo show 'Piano e Voz' à metrópole, no sábado (17), lamenta indústria cultural atual e fala sobre legado dos pais

14 mar 2018 - 13h30
(atualizado em 10/5/2018 às 20h19)
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Um dos maiores intérpretes da música contemporânea brasileira, Pedro Mariano declarou, nesta quarta-feira (14), em entrevista, a satisfação com seu novo projeto, o show ‘Piano e Voz’, que aterrissa na capital paulista no próximo sábado, no Teatro Opus.

“Sempre fui apaixonado pelo formato piano e voz, é a hora da verdade. Quanto menos elementos musicais, mais difícil é. Se a música fica bonita, intensa e entrega tudo ao ouvinte somente com piano, estamos no caminho certo. Mas, o mais importante é poder cantar o que normalmente não tenho oportunidade, como alguns sucessos da Bossa Nova e MPB tradicional. É desafiador e isso mexe comigo!”

Pedro Mariano
Pedro Mariano
Foto: Dani Gurgel / Divulgação

Filho de grandes nomes da música, como Elis Regina e César Camargo Mariano, pianista reconhecido mundialmente pela perfeição de seus arranjos, Pedro mostrou descontentamento com a produção cultural da atualidade.

“Temos de pensar o que podemos fazer para elevar o nível das produções e, para mim, começa na qualificação da educação escolar, com mais e melhores conteúdos culturais. Na prática ainda vemos o “mais do mesmo”. Gostaria de ver mais projetos com propostas diferentes terem o mesmo espaço que os blockbusters, mas ainda é utópico, uma pena. A produção está muito pulverizada e intensa.”

Sucesso além dos números

Não é novidade que a relação de Pedro com a música vem desde a barriga de Elis e, por isso, teve oportunidade de ver todos os aspectos da criação de uma carreira, que, segundo ele, é sensivelmente mais importante do que a parte artística, o que o tornou um artista completo. “Saber desses meandros te faz concentrar melhor os esforços e agregar a energia certa a cada passo”, pontuou.

O cantor também lamentou sobre a ansiedade dos novatos no mundo da música: “vejo os jovens ingressando no mundo artístico com pressa e esquecendo-se de que há todo um processo que deve ser respeitado e vivenciado. Negligenciam etapas em nome de um suposto resultado e, daqui alguns anos, perceberão que o melhor da festa é esperar por ela”.

“Elis não se fez através dos números, apesar de ter alguns que são impressionantes, como ter sido a primeira artista a vender mais de 1 milhão de cópias. O que a tornou a maior cantora do Brasil foi sua obra”, completou.

Banalização da sexualidade

Questionado sobre a diversidade e o sucesso grandioso de alguns gêneros musicais, como o funk de Anitta, que atravessou o oceano com seus hits, o artista foi pontual: “não toca em minha vitrolinha! Mas não tenho nada contra quem queira expressar sua verdade por meio da música. Tenho ressalvas quanto à banalização da sexualidade, disfarçada de empoderamento. Quanto ao sucesso além de nossas fronteiras, é tudo o que um artista busca e, se ela está conseguindo, é porque tem demanda e esforço profissional para isso.”

Legado de peso 

“Sinto-me responsável e tenho um papel importante na continuidade da obra de meus pais, seja fomentando as novas gerações com novos produtos ou conteúdo da carreira deles, e exercendo minha profissão o mais correta possível. Muitos pensam que as cobranças me incomodam, mas mal sabem que eu sou aquele que mais me cobro. Não quero ser melhor, nem maior, mas não posso borrar a foto”, assegurou.

Elis sempre teve voz ativa em relação à política e usou a música para se manifestar, no entanto, o irmão de Maria Rita e do produtor João Marcello Bôscoli contou que não segue essa vertente, pois o intuito de seu trabalho é contribuir com um conteúdo cultural atemporal, que se consuma em qualquer momento e época. Porém, se questionado sobre qualquer assunto político, não se omite.

“É curioso tudo isso, porque já me peguei pensando o motivo que levou a música a se separar deste papel dentro da sociedade. Hoje em dia, com todos os problemas sociais e políticos que vivemos, não se vê nenhum artista da MPB, que tanto participaram durante a ditadura, se manifestando”, finalizou.

'Piano e Voz': intimista e desafiador

Acompanhado do pianista e diretor musical Marcelo Elias, Pedro leva ao palco canções pra lá de encantadoras de artistas de peso, como “Caminhos Cruzados”, de Tom Jobim e Newton Mendonça, “Acaso”, de Abel Silva e Ivan Lins, “Dupla Traição”, de Djavan, “Tem Dó”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, “Ventania”, de Jair Oliveira, “Um pouco mais perto”, de Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger, além de algumas músicas de sua mãe, que interpreta com perfeita maestria.

Com 105 minutos de duração, o show é contagiante ao dar um ar bastante intimista, contando apenas com piano e voz, em que o cantor exibe toda sua desenvoltura no palco ao fazer o que mais gosta: música! 

Serviço

Quando: sábado (17), às 21h

Onde: Teatro OPUS (Av. das Nações Unidas, nº 4777 - Alto de Pinheiros/ 4o piso – Shopping VillaLobos)

Bilheteria oficial – sem taxa de conveniência

Local: Foyer do Teatro Opus - 4º andar - Shopping Villa-Lobos

Av. das Nações Unidas, 4777 - Alto de Pinheiros - São Paulo, SP.

De terça a domingo, das 12h às 20h

A Bilheteria do Teatro, no terraço do Shopping Villa-Lobos, abre somente em dias de espetáculos, a partir das 14h.

www.teatroopus.com.br/

Outros pontos de venda – com taxa de conveniência

www.uhuu.com

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Fonte: Redação Terra
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