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Manu Gavassi mistura elementos de séries, fotografia e moda em novo trabalho musical

Para o EP 'Cute But Psycho', cantora escreveu websérie e trocou clipes por fotografias

22 jan 2019 - 03h11
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O ano de 2018 foi agitado para a cantora Manu Gavassi. Seu último disco, Manu, de 2017, ainda estava sendo divulgado - ganhou no ano passado os clipes de Me Beija e Ninguém Vai Saber - quando a também atriz começou a gravar a série infanto-juvenil Z4, para o SBT e o Disney Channel. Não deu tempo de gravar um novo álbum e ela decidiu encerrar o ano com um EP com três músicas inéditas, Cute But Psycho, lançado em dezembro.

"Para um disco eu gosto de pensar na estética, criar uma coerência", ela explica ao Estado. "Isso leva muito tempo de dedicação. É por isso que lancei o EP, estava fazendo um milhão de coisas ao mesmo tempo, já tinha essas três músicas, decidi amarrar numa história e lançar."

O lançamento não foi convencional. Ao divulgar as três faixas - Cute But Psycho, talvezeunemteame (tantoassim) e Sim, é sobre você. - ela optou por não apresentar nenhum videoclipe, mas sim uma história contada por fotografias analógicas, postada com legendas em suas redes sociais. A inspiração foi o trabalho da artista palestina Sarah Bahbah, que faz sucesso no Instagram. "Admiro muito a Sarah. Cheguei até a marcar uma reunião com ela em Los Angeles, mas não conseguimos fazer nada juntas, por conta da minha agenda."

Manu, então, decidiu tocar a ideia, que ela já vem planejando há dois anos, com sua equipe no Brasil. "A linguagem da música está mudando, a forma que a gente consome música está mudando e eu não senti vontade de fazer um clipe", ela explica, sem descartar a possibilidade de, no futuro, gravar um vídeo. "Se eu tiver alguma grande ideia, pode ganhar clipe."

Para a cantora de 26 anos, já em atividade há quase 10, este é o projeto pessoal do qual mais se orgulha. "Gostei muito do resultado. Consegui misturar foto, moda, arte e música, tudo que eu gosto", ela diz. "As fotos são analógicas e deu outra textura para o trabalho. É uma realização pessoal."

Roteirista

Além de cantora, Manu Gavassi é também atriz e, em 2017, escreveu seu primeiro livro, Olá, Caderno. Fã de séries de TV clássicas, como The O.C., ela começou a desenvolver o desejo de se arriscar como roteirista. Seu primeiro projeto é uma websérie, de cinco episódios, que foi lançada antes das novas músicas chegarem às plataformas digitais, no final de 2018.

Garota Errada, em referência ao seu primeiro e maior sucesso musical, Garoto Errado, lançado em 2010, traz Manu em monólogos sobre sua vida pessoal e carreira, quase como uma terapia, além de algumas cenas cômicas com convidados especiais, que vão desde os seus próprios pais aos atores Larissa Manoela e João Côrtes. "Escrevi algumas coisas e eram brincadeiras sobre a minha vida, meus traumas, minhas inseguranças", revela. "Eu não me levo a sério, a vida fica mais leve assim, tenho essa maneira de me zoar para a minha família e os meus amigos", completa.

A arte de rir de si mesma na série, segundo Manu, garante uma autocrítica antes das opiniões de outras pessoas. "Quando as pessoas veem que nem você se leva a sério, elas pedem o poder de criticar e odiar. Percebi isso lançando a série." Em um dos episódios, Larissa Manoela é convidada para mostrar, em cena, que Manu Gavassi não é mais uma artista de público teen. "Fiquei muito feliz que ela topou participar e se zoar junto, mostra muita maturidade dela."

Para Manu, ela cresceu e o seu público cresceu junto. "É engraçado que eu sempre ouvi das pessoas que Manu tem um público infantil. Realmente era quando eu tinha 17 anos e eles 16, mas hoje eu tenho 26 e eles 25", ela brinca. "Essa galera foi crescendo comigo, por isso a resposta do público foi tão legal, eles lembram de todas as fases, não só da minha adolescência, mas a adolescência deles também."

Com o sucesso da websérie, que se aproxima de quase um milhão de visualizações por episódio no YouTube, Manu deseja repetir a estratégia de lançar EPs, atuar e escrever em 2019. "Acho que é mais ou menos dessa maneira que vou continuar trabalhando este ano, para fazer várias coisas ao mesmo tempo."

Estadão
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