Lollapalooza: conheça os (infinitos) projetos de Jack White
Compositor, multi-instrumentista, aspirante a ator, dono de selo... O músico, headliner da primeira noite do Lollapalooza 2015, é uma fábrica de músicas de sucesso
O primeiro instrumento de Jack foi a bateria, onde ele arriscava as levadas do Led Zeppelin e Pink Floyd na infância, e depois passou a ouvir mais blues, voltando sua atenção para guitarristas como Son House, um de seus maiores ídolos. Até então, Jack considerava virar padre, chegou a ser aceito em um seminário, mas acabou desistindo depois de descobrir que não poderia levar seu amplificador. Mandou muito.
Ainda antes de se tornar músico profissional, Jack trabalhou acolchoando sofás e poltronas em Detroit, sua cidade natal, e até abriu seu próprio negócio no ramo, curiosamente com o mesmo nome de seu atual selo independente, Third Man Records. Foi por ele que bandas como Alabama Shakes, The Shins e The Kills já lançaram trabalhos em CDs e vinis. Como é de se esperar, os artistas que assinaram com o selo são só elogios a Jack, considerado um legítimo workaholic da música.
Carreira solo de sucesso
Até hoje, dois álbuns foram lançados por White em sua trajetória como artista solo, um melhor do que o outro. Em em 2012, veio Blunderbuss, uma baita estreja guiada pelo single Love Interruption. Na estrada, Jack passou a revezar duas bandas para acompanhá-lo, umas delas totalmente feminina. Lazaretto foi lançado em 2014 e - qual era a surpresa? - e se provou ainda melhor que se antecessor.
The White Stripes
O mundo conheceu Jack White como o guitarrista e vocalista do White Stripes, o duo que ninguém sabia se era formado por um casal ou por uma dupla de irmãos. Com a ex-mulher silenciosa na bateria, Jack levou a banda da garagem ao mainstream, com direito a seis álbuns lançados, incluindo os sucessos Elephant e Get Me Behind Satan.
O último show da dupla foi em 2007, depois de uma série de shows cancelados pela impossibilidade Meg se apresentar. O fim "oficial" foi anunciado em 2011, com Jack anunciado o término “para preservar o que eles tinham de mais especial”. Mais tarde, à Rolling Stones, ele diria “que jamais conseguiria superar o que o White Stripes tinha”.
The Raconteurs
Quando a música já ficava carente de Jack White, ele voltou ao lado de Brendan Benson o The Raconteurs. O primeiro single lançado foi Steady As She Goes, um hit certeiro que provou que a parceria merecia uma banda. O resultado foi o álbum Broken Boy Soldiers, com o baterista Patrick Keeler e o baixista Jack Lawrence, ambos do The Greenhornes. Consolers of the Lonely veio em seguida, com direito a turnês abrindo para ninguém menos que Bob Dylan.
The Death Weather
Formada em 2009 por Jack e a cantora Alison Mosshart, vocalista do The Kills, a banda surgiu no susto e aos poucos se tornou mais um projeto paralelo de Jack. Alison entrou na história para ajudar o The Raconteurs em shows que White ficava sem voz, e acabou desenvolvendo uma boa química com o músico. Na nova banda, Jack assumiu a bateria, Jack Lawrence continuou no baixo e tecladista Dean Fertita, do Queens Of The Stone Age, completou o quarteto.
Rome
O disco, resultado da parceria de Danger Mouse, Norah Jones e do compositor italiano Daniele Luppi, tem três faixas cantadas por White. O “superquarteto” fez um dos trabalhos mais românticos da carreira de Jack, que se identificou de imediato com a proposta de gravar tudo com instrumentos antigos.
Rei das colaborações
Alicia Keys, Rolling Stones, Beck, Loretta Lynn… Muita gente já contou o dedo mágico de Jack White em suas músicas. Além de participações “oficiais” em faixas escritas pelo músico, essa turma também não dispensa a presença do cara no palco, nem recusa seus convites. São memoráveis os shows em que Jack tocou ao lado de The Edge e Jimmy Page, além de seus duetos com Robert Plant, que tem grandes chances de se repetir no Lollapalooza brasileiro.
Pontas e trilhas sonoras
Pode-se dizer de que um dos “hobbies” de Jack White é atuar. Sua primeira apariação em Hollywood foi no filme O Mistério do Rosário Negro, aos 12 anos. Depois, ao lado da ex-esposa, estrelou um trecho de Sobre Café e Cigarros, do diretor Jim Jarmusch.
Na época em que era casado com a atriz Renée Zellweger, ainda fez uma ponta em Cold Mountain (cuja trilha também recebeu três músicas suas), e em Walk Hard: A História de Dewey Cox, paródia da vida de Johnny Cash, encarnou Elvis Presley. Isso sem contar a participação especial em um episódio de Portlandia, onde ele tira sarro da própria mania de gravar com equipamentos caseiros e minimalistas.
No documentário It Might Get Loud, Jack ainda admitiu que quase descartou o riff do hit Seven Nation Army, do White Stripes, pensando que ele serviria apenas como uma possível trilha sonora para um filme do espião James Bond. Em 2008, o que o cara fez? A música-tema para 007 - Quantum Of Solace.