KING Saints, Rincon Sapiência e Mac Júlia se unem na collab "ai que vontade"
Com produção de DMAX e Maux, faixa ganha videoclipe gravado no Manga Bar
O que a batida da Furacão 2000, o groove futurista de Pharrell Williams, a pulsação dançante do Daft Punk e o calor das ruas têm em comum? Essas são as influências que moldam o novo single de KING Saints, que chega nesta quinta-feira (13). A multiartista da Baixada Fluminense se une a outras duas potências do rap e da música urbana brasileira para lançar ai que vontade — faixa que cola o flow inconfundível de Rincon Sapiência e Mac Júlia.
A música, já disponível em pré-save e composta pelos três artistas ao lado dos produtores DMAX e Maux, carrega aquele clima de verão que não se explica: só se sente.
"Essa música é pro verão, é solar. Conecta três estados do Sudeste: MG, SP e RJ. É aquele flerte de carnaval, praiano, que dá uma vontade de 'fazer amor', seja lá o que isso signifique para cada um", resume o trio, que entrega uma faixa que mistura leveza, calor e aquela malemolência de domingo na laje. É uma track pra colocar no repeat sem medo de ser feliz — ou de se apaixonar.
Além disso, ai que vontade chega como o segundo single de Músicas Para Marolar (MPM), projeto que KING Saints prepara para ainda este ano. A faixa, bem como a mixtape, chegam para reafirmar o direito ao descanso, à liberdade e à leveza como atos de poder. E o encontro com Rincon e Mac Júlia materializa essa fluidez e troca entre diferentes cenas e vivências. Afinal, marolar também é político!
Para Mac Júlia, a parceria ganhou força logo no estúdio: "A gente se encontrou no estúdio, ninguém marcou absolutamente nada. Foi fluido, deu match. Todo mundo terminou de escrever a música em menos de uma hora, gravamos em cerca de duas, e o hit veio pro mundo rapidinho. Estar com a KING novamente é uma honra. Admiração total. E o Rincon é um grande maestro do hip hop brasileiro. Tenho certeza que a gente vai emplacar mais um hit."
"Fizemos essa música de uma forma muito espontânea. Por conta disso, é incrível o fato do projeto ganhar corpo a ponto de rodarmos um clipe. A diária foi divertida e conseguimos expressar muito bem a atmosfera da música no filme", completa Rincon Sapiência.
O videoclipe, que chega nesta sexta (14), foi dirigido por Felipe Porto — que já assinou produções anteriores de KING Saints como Unha Curtinha e Se Prepara Mona — e gravado no Manga Bar, um bar raiz aos pés do Morro da Mangueira, na zona norte do Rio. A escolha do local não foi por acaso: o clipe queria mostrar o verão do RJ longe do cartão-postal, trazendo a estética do calor da rua, da cerveja gelada no balcão, da resenha que vira dança.
A gravação rolou um dia após uma operação nos complexos da Penha e do Alemão, e isso impactou diretamente o clima no set. A equipe e os artistas conversaram com moradores e pessoas da área para entender se valia seguir com o trampo. A resposta foi firme: "sim".
KING Saints: "Foi um clima tenso no começo das gravações, por motivos óbvios"
"Foi um clima tenso no começo das gravações, por motivos óbvios. Mas ali não era uma celebração, até porque não tinha o que celebrar, mas sim um ato de resistência. Somos três artistas periféricos, toda a equipe também é. De tantas coisas que podemos fazer, resistir é uma delas", afirma KING Saints.
O clipe, então, transborda mais do que beleza: transborda posicionamento. "Artista não é bandido, quem trabalha com arte não é bandido e ser favelado não pode e não deve ser uma sentença de falta de dignidade. Fizemos nosso trabalho, ficamos gratos por estarmos vivos e resistindo, mesmo com a constante investida do sistema em nos calar", reforçam os artistas, transformando a obra em movimento, corpo e voz.
ai que vontade não é só música: é encontro, é troca, é território, é verão que começa antes do calendário e termina só quando o coração sossega — se é que sossega.