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Após 17 anos, Garth Brooks volta a Barretos em show com Ch&X

Recordista em vendas de discos, cantor country fará show na festa de peão, no dia 22 de agosto, pelo Hospital de Câncer de Barretos

17 jul 2015 - 14h24
(atualizado às 15h00)
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Preparem-se porque o “Furacão de Oklahoma” está de volta! Dezessete anos depois da primeira passagem pelo Brasil, o cantor country Garth Brooks, artista solo recordista de vendas de discos, sobe mais uma vez no palco da festa de peão de Barretos, cidade que fica a mais de 400km de São Paulo, para show no dia 22 de agosto. E, desta vez, por uma boa causa. Toda a renda será revertida para o Hospital de Câncer de Barretos, instituição referência no tratamento humanizado de pacientes com câncer que atende gratuitamente mais de quatro mil pessoas todos os dias.

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Antes de sua passagem relâmpago por aqui – ele ficará pouco mais de 12 horas na cidade do interior paulista –, o americano fez sua última parada com a turnê internacional Man Against the Macchine em New Orleans, Louisiana, no sul dos Estados Unidos, entre os dias 10 e 12 de julho. Era para ser apenas um show na cidade conhecida como o berço do jazz, mas a procura fez o número subir para quatro, dois em um mesmo dia. Em cada um deles, mais de 17 mil pessoas lotaram o Smoothie King Center. O Terra estava lá e viu de perto um espetáculo de música, carisma e entretenimento.

Garth Books fala de parceria com Chitãozinho & Xororó em Barretos: "vai ser divertido":

Além dos impressionantes números da carreira – Garth bateu a marca de 145 milhões de discos vendidos, número que fica atrás somente dos Beatles e supera Elvis Presley, e emplacou 25 hits entre as músicas mais tocadas -, é no palco que fica claro porque o americano nascido em Oklahoma é um fenômeno do showbiz. Aos 53 anos e uma silhueta longe de estar em forma, ele mostra uma disposição e energia impressionantes em quase duas horas e meia de show. Com seis músicos, três backing vocals e participação especial da mulher, a cantora e apresentadora Trisha Yearwood, turma que o acompanha na estrada há mais de duas décadas, Garth canta, toca, corre em uma esteira, escala estruturas metálicas, anda sem parar pelo palco circular, filma a plateia, promove concurso de gritaria e mantém o tempo todo uma interação com o público, no mínimo, rara e incomum a shows tão grandes.

Ele dispensa microfone com tripé e atua em palco na altura da plateia, escolhas que deixam o show mais dinâmico, mas nem um pouco simples. Pelo contrário. Garth é conhecido justamente por ter introduzido no universo country tecnologia, efeitos especiais e estruturas elaboradas. Nesta turnê, teclados e bateria voam e telões gigantes diminuem a distância com o público. Apesar de toda a grandiosidade, estes artifícios não se sobrepõem à música e a performance de Brooks torna um show pra tanta gente uma experiência muito próxima entre o fã e o artista.

“A música é a ponte entre mim e o público e a principal coisa que faço é encorajá-lo a cantar. É bom porque não tenho que fazer nada se vocês cantarem e amo ouvir e ver isso”, brincou durante conversa exclusiva com a imprensa brasileira entre as apresentações. “Se o show tiver roteiro tudo se torna repetição. Você tem que olhar para a plateia e deixar ela te levar”. E Garth sabe muito bem como fazer isso.

Garth Brooks no Brasil: 17 anos depois, cantor country volta para show beneficente no dia 22 de agosto em Barretos
Garth Brooks no Brasil: 17 anos depois, cantor country volta para show beneficente no dia 22 de agosto em Barretos
Foto: Aline Lacerda / Terra

Tanto que em New Orleans, as arquibancadas estavam cheias de famílias, senhoras que acompanharam o início da carreira do cantor lá em 1989 e adolescentes que seguravam cartazes que diziam “terceira geração de fãs de Garth Brooks”, a maioria destes fãs vinda de cidades da região. E qual o segredo para ingressos esgotados em tempo recorde já que Garth não é adepto de redes sociais, não divulga exaustivamente seus shows, não estampa capa de revistas, não fala muito da vida particular e, principalmente, não disponibiliza suas músicas em nenhuma plataforma digital como iTunes e Spotify? Fazer música que fale de amor e que divirta as pessoas. Segundo ele, simples assim.

Exemplo disso é seu novo hit, a música Mom, que prometeu tocar no Brasil. Garth, que aprendeu a cantar com a mãe, Colleen Carroll, e a perdeu vítima de câncer há alguns anos, disse que escolheu a canção porque via seu rosto quando a escutava. “Ela é uma das cinco melhores músicas country de todos os tempos. Ela é para a minha mãe, para todas as mães. E, na época que ouvi, soube que uma das minhas três filhas iria ser mãe, então a vejo ali também. É isso que a música deve fazer”, disse.

Surpresas em Barretos?

Além de Mom, o americano garantiu outros sucessos no setlist de Barretos, como Standing Outside The Fire, Friends in Low Places e The Dance. Garth disse ainda que o show não terá grandes surpresas e, se lá em 1998, ele usou uma camisa da seleção brasileira no palco, desta vez a novidade fica por conta da parceria inédita com as duplas Chitãozinho & Xororó e Fernando & Sorocaba. Tudo indica que Evidências vai ganhar uma versão especial neste dia diante da maior arena sertaneja do América Latina. "Vou vê-los ao vivo pela primeira vez. Vai ser divertido".

“Lembro que não consegui me comunicar quase nada com o público em Barretos, mas gostei muito dos chapéus de cowboy que eles balançavam sem parar, esta tradição lá é muito legal”, disse Garth.

Estrela country se apresentou em estádio para mais de 17 mil pessoas em New Orleans, cidade do sul dos Estados Unidos
Estrela country se apresentou em estádio para mais de 17 mil pessoas em New Orleans, cidade do sul dos Estados Unidos
Foto: Divulgação

Aposentadoria

Três anos após a visita ao Brasil, Garth pegou os fãs de surpresa ao anunciar sua aposentadoria da música para cuidar das três filhas frutos do primeiro casamento. Ele interrompeu a carreira e voltou para Tulsa, sua cidade natal, para ver de perto o crescimento das herdeiras, levá-las à escola e aos jogos de baseball até que a caçula completasse 18 anos. “Teria sido sacrifício deixar a carreira por algo que amasse menos. A música que me desculpe, mas foi pelo que amo mais”, disse.

E o motivo de voltar à estrada também envolve a família. “De três crianças, passou para duas e depois uma e a casa começou a ficar quieta demais. Eu sou de uma família com seis irmãos e vim de uma casa muito barulhenta. Então, comecei a pensar no que fazer depois que elas foram morar sozinhas e decidi voltar a fazer turnês”, contou.

Após 13 anos de aposentadoria, Garth Brooks voltou aos palcos em 2014 e encerrou o ano como 6º artista do mundo com maior lucro. Foram US$ 90 milhões em 12 meses
Após 13 anos de aposentadoria, Garth Brooks voltou aos palcos em 2014 e encerrou o ano como 6º artista do mundo com maior lucro. Foram US$ 90 milhões em 12 meses
Foto: Divulgação

Em dezembro de 2013, ele anunciou o retorno definitivo aos palcos e, ano seguinte, lançou o primeiro disco inédito e a primeira turnê internacional em 13 anos. Apesar de voltar e encontrar um cenário e um mercado muito diferentes daquele do início dos anos 2000, Garth comprovou que o público aguardou ansiosamente seu retorno, tanto que ficou em sexto lugar no ranking das celebridades que mais lucraram em 2014 segundo a revista especializada Forbes. Garth arrecadou 90 milhões de dólares (aproximadamente R$ 238,5 milhões) ficando atrás apenas dos boxeadores Floyd Mayweather e Manny Pacquiao, da cantora Katy Perry, da banda One Direction e do apresentador e escritor Howard Stern.

No período em que se dedicou à família, Garth não conseguiu ficar assim tão parado. Ele lançou coletâneas em parceria com o Wal-Mart, por quatro anos fez shows mensais e intimistas em Las Vegas e, eventualmente, se apresentava em eventos beneficentes para públicos que chegaram a 145 mil pessoas. Aliás, foram estes eventos com verbas destinadas a caridade e a entidade Teammates for Kids, criada por ele em 1999 e que ajuda com bolsas de estudo e cirurgias crianças e adolescentes em mais de 50 países, que Garth veio parar mais uma vez no Brasil.

Foto: Arte / Terra

O convite

A volta do ídolo country ao País surgiu de um convite feito por Henrique Prata, diretor do Hospital de Câncer de Barretos, em 2011. Na época, Garth ainda estava aposentado e recusou a oferta. Quatro anos depois, o próprio cantor ligou para contar que o show estava garantido. “Não entendo nada que ele (Henrique Prata) diz, mas ele é um apaixonado pelo que faz e nós falamos “sim” para esta causa”, explicou o cantor, que perdeu a mãe e a única irmã vítimas da doença.

“Ele me ligou e falou ‘irmão, quero cumprir aquela ajuda que te prometi. Estou voltando à turnê internacional e reservei uma data pra você, vem aqui me ver’. Eu quase caí das pernas. Estava na academia e ninguém lá falava inglês para me ajudar. Foi um sufoco”, lembra Prata.

Ele explica que a expectativa é lucrar R$ 15 milhões com o show de Brooks, recorde absoluto, já que a maior arrecadação do hospital com a festa de peão foi o show Amigos, em 1998, com 1,1 milhão de dólares (aproximadamente R$ 3,4 milhões. Parte desta verba será usada para dar continuidade à construção de uma unidade do hospital do câncer em Porto Velho, Rondônia. “Daquela região descem por mês quase cinco mil pacientes por mês para Barretos.  Isso é desumano”.

Garth vai ajudar ainda bancando toda a estrutura do show. Sem cachê, ele trará por conta própria uma equipe de 70 pessoas e só em excesso de bagagem deverá desembolsar R$ 700 mil do próprio bolso. “Ele deve gastar uns R$ 2,5 milhões. Até a água do camarim ele quer saber quanto custa para poder pagar”, contou Prata. 

* O Terra viajou a convite do Hospital do Câncer de Barretos

Fonte: Terra
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