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Emicida conecta AmarElo com o universo de A Love Supreme, de John Coltrane, em show inédito no Rio Montreux Jazz Festival

12 out 2023 - 09h55
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São inúmeras as maneiras de criar pontes, influências e referências entre as obras de John Coltrane e de Emicida. Mas para além de teorias e termos técnicos no que diz respeito a partituras e escolas musicais, é essencial aproximar esses dois gênios dos seus próprios tempos pela palavra "amor", que ambos usaram para definir os trabalhos mais importantes de suas carreiras, no caso: A Love Supreme, de John Coltrane (1965); e AmarElo, de Emicida (2019). Agora, o rapper paulistano tem o desafio de conectar esses dois universos no show inédito que ele apresenta no Rio Montreux Jazz Festival, marcado para o dia 14 de outubro, no Parque Bondinho Pão de Açúcar, no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. O espetáculo é uma produção da Laboratório Fantasma. 

Na passagem pelo festival, Emicida mostrará uma versão de AmarElo que ainda não foi apresentada. As canções já conhecidas do público estarão ali, mas as tintas escolhidas para pintar cada uma delas serão carregadas dos tons e das camadas que tiveram como ponto de partida a musicalidade de John Coltrane. Isso porque AmarElo, entre as suas muitas inspirações, tem boas doses de Coltrane e, agora, chegou o momento de evidenciar isso no palco, promovendo o encontro do seu rap-neo-samba com o jazz espiritual do seu ídolo, John Coltrane. Esse espetáculo é uma forma de agradecer aqueles que vieram antes, como Emicida tem feito ao longo de toda a sua carreira. 

"Teve um período da minha vida, que pesquisei e li muito sobre a vida e a obra de John Coltrane. Fiquei profundamente tocado com os relatos da experiência que ele teve no Japão e de como ele quis sentir o silêncio de Hiroshima para transformar em música", relata Emicida. "No começo de 2019, realizei o sonho de ir com a minha família para o Japão e, quando chegamos em Hiroshima, no mesmo local por onde o meu ídolo passou e também onde aconteceu um dos maiores atentados terroristas da história, eu comecei a refletir sobre o silêncio em seu sentido de respeito e reflexão. A cidade parece emanar isso, mas sem nuances de vingança ou ódio, é apenas a reflexão no sentido de ser melhor", o rapper complementa.

Dada toda essa reflexão, Emicida entendeu que as pessoas estão acostumadas a ouvir barulhos do mundo, mas não a ouvir o próprio interior. E é nesse descompasso que a sociedade se desencontra de quem é ou de quem gostaria de ser. "A experiência proposta em AmarElo visa justamente nos conectar com a nossa grandiosidade interior para que ela possa salvar o que está fora de nós", conclui Emicida.

Foto: AUR

Com produção musical de Emicida e Julio Fejuca; e direção geral executiva de Evandro Fióti, o show AmarElo encontra A Love Supreme, no Rio Montreux Jazz Festival, conta com uma formação de banda especial para a ocasião. Emicida será acompanhado por Julio Fejuca (guitarra e voz), DJ Nato PK (voz e toca disco), Carlos Café (bateria, percussão e voz), Rodrigo Digão (baixo e voz), Pé Beat (bateria), Jamah (backing vocal), Thiago Jamelão (backing vocal), Oscar Júnior (piano), Robinho Silva (trompete), Arthur Rita (trombone) e Fermino (saxofone) numa verdadeira jornada sensorial e espiritual.

John Coltrane, que teve uma relação de dependência de álcool e heroína, criou A Love Supreme como uma forma de agradecer a Deus por sua salvação. Nessa libertação espiritual, ele usou a música como forma de retribuir, sendo influenciado, inclusive, por religiões de matrizes africanas e asiáticas. Foi dessa forma que nasceu a obra-prima que moldou o que viria a ser o jazz moderno. O site especializado em música Pitchfork diz que "A Love Supreme foi a maneira de Coltrane expressar a sua gratidão, uma oração esperançosa por um mundo melhor". E, se em 2019, Emicida pode colocar na rua um trabalho como AmarElo é porque essa oração transformou corações e as novas gerações estão aí para seguir essa missão e para levar adiante o "amor supremo", como acontecerá no palco do Rio Montreux Jazz Festival.

AUR
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