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Em alta, Marjorie Estiano quer se expressar com novo CD

Atriz e cantora falou com o Terra sobre retomada na carreira musical e relação com rotina puxada de atriz: "rotina de gravação de uma novela consome bastante"

16 dez 2014 - 12h36
(atualizado às 13h01)
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Para entender Marjorie Estiano é necessário se aprofundar em sua trajetória como atriz e cantora e, especialmente, relacionar as duas intensamente entre si. A facilidade de adaptação que surpreendeu os autores de Império no emergencial retorno ao papel da vilã Cora, após a saída inesperada de Drica Moraes, não é novidade para quem já passou os ouvidos por Oito, terceiro e novo disco de estúdio de Marjorie, mas o primeiro com a sua cara de fato. 

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"Nos outros dois discos eu fazia parte de um projeto já elaborado, era um dos elementos, não fazia parte da criação. Oito foi concebido a partir de mim, em função da minha necessidade de me expressar musicalmente", diz ela, em entrevista exclusiva ao Terra. Filha de mãe baiana e pai paranaense, a cantora, que vem do mesmo estado que o pai, traz toda a sua brasilidade e versatilidade ao repertório do disco. "Hoje em dia, com o acesso ilimitado, sem fronteiras, globalizado, de informação, de cultura, também acaba te permitindo ser influenciado, não só musicalmente, de uma forma que talvez nem passe pelo racional", analisa. 

Marjorie Estiano lança terceiro CD, 'Oito'
Marjorie Estiano lança terceiro CD, 'Oito'
Foto: Márcio Simnch / Divulgação

Marjorie Estiano firma posição de cantora com Oito (Foto: Marcio Simnch / Divulgação)

Mas o crescente e perceptível amadurecimento de Marjorie atinge as artes como um todo. Desde que deixou Fabiana e a Vagabanda, de Malhação (2003), para trás, a atriz se destacou especialmente pelos projetos alternativos do folhetim global, como Amor em Quatro Atos  (2011) e a premiada novela Lado a Lado (2012). Nos cinemas e teatros, se destacou na bela O Tempo e o Vento  (2013), também exibida como minissérie na Globo, e Inverno da Luz Vermelha. 

Mas Marjorie também é cantora, e é lá que se expressa da maneira mais intensa e pessoal, com voz entregue aos temas propostos em cada canção, fator evidente em Donde Estás?, um sofrido e típico tango portenho. "A harmonia e a melodia também traziam uma melancolia, uma tristeza, que eu busquei traduzir na letra e na interpretação", lembra. 

Confira a entrevista completa 

Terra -  O intervalo entre seu último lançamento de estúdio e Oito é marcado por uma evolução visível em seus papéis como atriz, que ficaram muito mais densos e exigentes. O quanto e no que a carreira como atriz influencia seu lado musical?

Marjorie Estiano - A personagem não influencia de maneira direta, mas o meu trabalho como atriz, meu estudo, sim. Música e interpretação são compostas dos mesmos elementos, uma é parte integrante da outra. Principalmente na minha relação com o meu o corpo no palco, com o discurso, com as emoções. É o mesmo material.

Marjorie Estiano lança terceiro disco de estúdio, 'Oito'
Marjorie Estiano lança terceiro disco de estúdio, 'Oito'
Foto: Marcio Simnch / Divulgação

Oito é o terceiro disco de estúdio da também atriz (Foto: Marcio Simnch / Divulgação)

Terra -  Foram sete anos passados desde Flores, Amores e Blablablá  para chegar em Oito. O que motivou esse hiato tão grande com a carreira musical? Quão difícil é conciliar duas carreiras assim?

Marjorie - Foi o tempo que levou para o projeto ter a sua estreia. Eu tinha, junto do CD, vários outros projetos e desejos nesses sete anos. Ele foi sendo estruturado, estava em gestação durante a execução dos outros. Até que chegou a vez de ele aparecer. Conciliar as duas carreiras é difícil, mas possível. Às vezes parece que nada está acontecendo, às vezes cada coisa no seu tempo, e às vezes acontece tudo ao mesmo tempo. Nesse momento me encontro nessa última categoria. A rotina de gravação de uma novela consome bastante, e tem muitas variáveis. Para conseguir conciliar teatro ou shows durante o período de gravação de uma novela depende de muita coisa. E nem sempre é possível, mas quando a possibilidade tem a generosidade da equipe como aliada, acontece.

Terra - O seu repertório musical parece mais dilatado nos dias de hoje. Luz do Sol, uma espécie de rock com tempero de baião, além de tudo, tem Gilberto Gil como colaborador. Onde você foi buscar influências para esse novo trabalho?

Marjorie - As influências vêm de tudo que me constitui musicalmente até agora. A minha família é muito brasileira, ou seja, minha mãe é baiana, meu pai do interior do Paraná, minha irmã de São Paulo, minha avó de Minas. Temos uma variedade grande de sotaques... Talvez através dessa mistura musical na minha casa tenha se dado o início do meu interesse por gêneros e propósitos diferentes. Hoje em dia, com o acesso ilimitado, sem fronteiras, globalizado, de informação, de cultura, também acaba te permitindo ser influenciado, não só musicalmente, de uma forma que talvez nem passe pelo racional.

Terra -  Nesse quesito de participações, você faz dueto também com Mart’nália, que, além de ser filha de um dos grandes do samba nacional, é conhecida pela levada romântica com um toque malandro bem cativante. Você se adapta ao som dela em A Não Ser o Perdão. Essa facilidade em se colocar confortável em diversos estilos musicais, que, na minha visão, você não tinha antes, é fruto do amadurecimento de seus papéis como atriz?

Marjorie - Nos outros dois discos eu fazia parte de um projeto já elaborado, era um dos elementos, não fazia parte da criação. Oito foi concebido a partir de mim, em função da minha necessidade de me expressar musicalmente. Eu sempre ouvi de tudo e me relacionei com todos os gêneros. Não existe um amadurecimento por setores, ele está e se reflete em tudo que eu faço. Ser influenciado pelo que eu faço como atriz ou pelo que eu vivo pessoalmente é uma condição do tempo, não é uma opção.

Marjorie Estiano lança terceiro CD, 'Oito'
Marjorie Estiano lança terceiro CD, 'Oito'
Foto: Facebook / Reprodução

A turnê de Oito já estreou, e passou por São Paulo no último dia 13 (Foto: Facebook / Reprodução)

Terra - Você provavelmente possui (ou possuía) um plano de divulgação do novo trabalho, com shows e entrevistas como essa. No que esse retorno emergencial ao papel de Cora, em Império, pode mudar nessa agenda?

Marjorie - A inconstância é parte do meu trabalho, tanto como atriz, quanto como cantora. E vai seguir assim. Eu faço planos e procuro direcionar de acordo com minha vontade, meu prazer e tento lidar com as variáveis. Esta é a premissa principal para conciliar as agendas.

Terra - O CD é quase que por completo baseado em ritmos latinos, tanto brasileiros quanto de outras regiões da América. Inclusive há um tango ali, Donde Estás?, cantada com tom sofrido que o arranjo pede. De onde surgiu a vontade de rumar para esses lados?

Marjorie - O processo das composições foi bastante intuitivo, desenvolvemos um diálogo com elas. As composições induziam um caminho, uma sonoridade, um discurso. A gente tentava ouvir e potencializar. Cada uma teve um processo muito particular e independente. Sentíamos essa latinidade na música de Donde Estás?, o que nos levou a fazer a letra em espanhol. A harmonia e a melodia também traziam uma melancolia, uma tristeza, que eu busquei traduzir na letra e na interpretação.

Terra - Um dos resgates do disco é uma versão moderna de Ta-Hi , de Joubert Carvalho, eternizada na voz de Carmen Miranda como seu primeiro sucesso, em 1930 (!). Quer dizer, é uma música praticamente desconhecida do grande público atual. Isso é um sinal de que você não está preocupada com o sucesso comercial do disco?

Marjorie - O mercado ou o sucesso, considerando que a gente nunca sabe a que se deve, não tiveram espaço na minha produção criativa. Realmente foi um diálogo interno, que partiu da minha vontade de me expressar musicalmente. Ta-Hi faz parte do inconsciente coletivo. Foi um resgate do Combinação sobre todas as coisas, um show em que eu reuni músicas que gostava de cantar, independente do gênero ou discurso, como um laboratório... Já um exercício para este álbum. Eu gostei muito da versão que fizemos para o show e fizemos outra através desse reencontro.

Terra - O CD parece ser preparado especialmente para shows intimistas, em pequenos clubes, para algumas centenas de pessoas, no máximo. O plano inicial de divulgação para o álbum é esse?

Marjorie - Não temos nenhum plano intimista ou maximalista, pretendemos explorar o trabalho na sua totalidade.

Fonte: Terra
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