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Elton John tinha razão: banda Gabriels é mesmo uma pérola da neo soul music

Mas trio deve perder seu vocalista logo logo; Jacob Lusk é grande demais para não ter uma carreira solo

15 out 2022 - 14h35
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Eis a boa nova que tem atiçado a crítica londrina. Gabriels é um trio de soul-gospel-disco, ou algo que o valha, surgido em 2021 com um EP de cinco faixas, sem muito alarde mas com alguns clipes muito bem dirigidos. Poderia ser algo passável entre tantas boas novas londrinas se não fosse a existência de um vocalista desses raros que traz uma estrela sobre a cabeça chamado Jacob Lusk. Lusk, norte-americano, foi diretor de coral depois de passar por uma edição do American Idol, de 2011, ficando em segundo lugar. Seus parceiros são os instrumentistas Ari Balouzian e Ryan Hope. Hope, inglês que vive em Los Angeles, foi quem deu o nome ao grupo de St. Gabriels Avenue, inspirado na rua de Sunderland, Inglaterra, onde cresceu. Grande demais, acabou sendo abreviado para Gabriels.

E vale um pouco mais de história: o EP de estreia, Love and Hate in a Different Time, foi considerado por Elton John "um dos discos mais seminais que ouvi nos últimos dez anos". Eles acabaram de tocar no Glastonbury Festival, em junho, e este disco de agora, Angels & Queens, fez o jornal londrino The Guardian lançar uma pergunta: "Este poderia ser o álbum do ano?"

Não são exageros retóricos. Angels & Queens, o álbum, tem poderes especiais e frescor sobre um assunto difícil de ser original, a música negra norte-americana. Ele abre com a canção de mesmo nome, Angels & Queens, apontando para tudo o que virá a seguir: grooves, funk, calor, alguns temperos de disco music, leves surpresas eletrônicas e a voz de Lusk, a grande e sussurrada voz de Lusk, embebida de Prince (mais evidente na primeira faixa). Mas as coisas não param no passadismo da soul, e talvez por isso ele traga uma ponta de lembrança de Amy Winehouse. A faixa que segue, Taboo, mostra algumas rupturas saudáveis, mesmo comprometendo um pouco seu poder de aderência pop. O tempo é quebrado, entram as cordas de Balouzian (violinos, cellos) e Lusk canta com dramaticidade e medo. O álbum segue com Remember Me, um soul saboroso; If You Only Knew, uma balada lindamente chorosa; To The Moon and Back, mais drama e cordas de violino; The Blind, revoluções no arranjo para algo que seria apenas simples; e Mama, triste, misteriosa e sublime. Elton John tinha razão

Estadão
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