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Cícero lança disco, mas adia turnê em tempos de quarentena

“Cosmo” traz 10 faixas inéditas compostas e produzidas pelo artista.

26 mar 2020 - 08h00
(atualizado às 08h31)
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Cícero Rosa Lins é um nome que surgiu em tempos de internet. Seu primeiro disco, “Canções de Apartamento” (2011) traz um nome que caracteriza bem seu trabalho de “one-man band”. Ele compõe, grava e produz quase tudo sozinho em seu Macbook que segundo o próprio, o acompanha há anos. Nesse esquema, já venceu Prêmio Multishow e é nome cativo entre os fãs de música independente órfãos de Los Hermanos e afins. 

Cícero lança quinto disco da carreira.
Cícero lança quinto disco da carreira.
Foto: Divulgação

A turnê do novo disco já estava pronta para começar, mas aí veio o anúncio: quarentena, isolamento, coronavírus. Durante este período de isolamento que Cícero, agora com a turnê adiada para o segundo semestre, conversou com o Terra sobre seu novo trabalho. O bate-papo você confere a seguir. 

Este novo trabalho foi gravado entre Brasil e Portugal. Como foi esse processo? Você tinha uma ideia e ia correndo pro estúdio mais próximo?

Gravei em todos os lugares. No Rio, em Portugal, em casa direto no computador. Foi um processo bem parecido com meu primeiro disco, eu gravava as coisas no meu computador, ficava mixando de fone de ouvido, editando, tentando chegar na solução para cada música. Se sentia falta de gravar alguma coisa, fazia no computador mesmo com MIDI [Instrumento virtual] e depois procurava um músico para gravar com instrumentos de verdade. Nisso, acabei gravando com músicos do Brasil, de Portugal, de outros países que estavam por lá… Foi um processo muito descentralizado. Na verdade, foi centralizado no computador! (risos) Porque eu levava para cada estúdio e abria exceções lá. 

E de um ponto de vista acústico não há diferença? De um estúdio para o outro, usando um equipamento diferente e depois tentar mixar de forma uniforme… 

Na verdade, isso tudo dá uma característica que eu gosto para cada disco. Uma coisa que eu reparei nos meus discos é que embora todos eles tenham sido gravados no mesmo computador, que tenho há mais de 10 anos, o som dos discos é bem diferente entre si. E muito disso passa por isso que você falou, de ir em outros estúdios, gravar com outros microfones, outras acústicas… Eu acho que isso enriquece o disco, porque o som é uma informação que chega um pouco antes da letra, da voz, do arranjo. Eu sempre achei que isso era uma informação importante, sou um pouco compulsivo na busca por sons, timbres… 

E o fato de você produzir seus discos sozinho é uma questão de controle do processo criativo? Ou é a maneira como você está acostumado a produzir?

Acho que é a forma como eu me acostumei a fazer. O primeiro disco que eu gravei e botei na internet foi em 2003, com uma banda que eu tinha. Veio de uma vontade de fazer um disco, morava com minha mãe, entrei no computador dela, com o programa que tinha… De lá pra cá, já gravei oito, e é sempre assim: Eu tenho uma ideia e quero fazer isso acontecer. Eu quis fazer um disco que fosse autocentrado, para fone de ouvido, que não tivesse muito essa vontade de ser tocado alto. Que fosse uma coisa que a pessoa pudesse ouvir sossegada em casa, que era a vida que eu estava tendo em Portugal. 

Como artista, imagino que você esteja com vontade de fazer uma turnê deste novo disco. Quais os planos para depois da quarentena?

Tocar o disco. A turnê, em tese, começaria na Bahia em 27 de março no Teatro Castro Alves. Depois, seria todos os finais de semana, Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Isso tudo foi para o segundo semestre, estou interessado em acompanhar as coisas para ver se no Brasil teremos um impacto mais leve. Tomara que tenha. A turnê vai existir assim que a gente puder sair de casa.

Fonte: Redação Terra
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