Amigos de Pavarotti lembram cinco anos de sua morte com concerto
6 set2012 - 06h01
(atualizado às 11h01)
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Alguns dos cantores que foram protagonistas dos famosos duetos com Luciano Pavarotti e vários amigos do mundo da música lírica, como Montserrat Caballé e Andrea Bocelli, se reunirão nesta quinta-feira (6), no Teatro de Modena, para homenageá-lo com um concerto pelos cinco anos de sua morte.
O evento foi batizado de Luciano's Friends - The Talent Goes On (Os Amigos de Luciano - O Talento Continua). Vários dos amigos cantores que participaram de seus grandes concertos beneficentes em Modena, conhecidos como "Pavarotti & Friends", voltarão a cantar em sua cidade natal para recordá-lo. O evento também dará uma chance para jovens talentos da ópera.
Convidada de luxo deste concerto gratuito, a soprano espanhola Montserrat Caballé considerava Pavarotti "um grande amigo e um grande colega". "Após conhecê-lo posso dizer que me apaixonei - no mais belo dos sentidos - por sua alma, pelo coração tão grande que tinha. Os doentes de AIDS na África, as crianças da Bósnia, os idosos sem recursos? Tentou ajudar a todos", disse Caballé após a morte do tenor.
Junto com Caballé, também estará o tenor Andrea Bocelli. Ambos apadrinharão os novos talentos apoiados pela Fundação Luciano Pavarotti, fundada por sua segunda esposa, Nicoletta Mantovani, para manter viva a memória do mestre e dar uma oportunidade às novas gerações da música lírica.
Entre os "amigos" que se apresentarão em Modena estão os italianos Zucchero, Elisa e Jovanotti, assim como o guitarrista inglês Jeff Beck. "Luciano sempre ensinou aos jovens. Acreditava no futuro da música lírica e amava compartilhar as técnicas de canto. Dizia sempre que na vida não há só uma oportunidade, mas muitas, e que também foi rejeitado em mais de um concurso de canto, mas depois virou Pavarotti", afirmou Nicoletta ao apresentar os motivos que levaram à realização deste evento.
Também estará presente o diretor e compositor italiano Ennio Morricone, ganhador do Oscar honorário em 2007 por suas trilhas sonoras, que dedicará uma de suas famosas canções ao tenor. Além disso, participarão dez jovens cantores de ópera acompanhados de uma orquestra de 65 elementos que interpretarão as árias mais famosas da história da opera.
Modena voltará a ser - como nos eventos do "Pavarotti & Friends" - o centro da música na Itália e por isso, em poucos minutos se esgotaram as 300 entradas postas à disposição. Um evento que teria feito muito feliz ao mestre, garante Nicoletta, que lembra como, apesar de ter sido muito criticado por seus duos, Pavarotti "não tinha receios" sobre a música e era "o mais punk de todos".
Para lembrar o mestre, também durante nesta quinta-feira mil crianças das áreas afetadas pelos terremotos do último mês de maio na região de Emilia Romagna visitarão os lugares históricos de Modena pelos quais Pavarotti era apaixonado. Após este concerto, as homenagens ao tenor italiano continuarão e no dia 12 de outubro, dia de nascimento de Pavarotti, os jovens artistas de sua fundação se exibirão em um concerto na Basileia, na Suíça.
A voz de Pavarotti deixou de ressoar no dia 6 de setembro de 2007. O tenor tinha então 71 anos e um câncer de pâncreas acabou com o mito, deixando a música clássica sem o mais importante de seus intérpretes e a Itália órfã de um de seus maiores embaixadores culturais.
O músico havia sofrido uma cirurgia para a retirada de um tumor no órgão em julho de 2006, pouco mais de um ano antes
Nesta quinta-feira (6), a morte de Luciano Pavarotti completa cinco anos. Na época, o italiano estava com 71 anos e morreu em decorrência de um câncer no pâncreas, na cidade de Módena, na Itália. Siga com a galeria e relembre momentos da carreira do tenor
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O italiano Luciano Pavarotti, um dos maiores tenores da história da música clássica, estava com 71 anos quando morreu, em 2007, em decorrência de um câncer no pâncreas
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O músico havia sofrido uma cirurgia para a retirada de um tumor no órgão em julho de 2006, pouco mais de um ano antes
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Um mês antes da morte, em 8 de agosto de 2007, o tenor havia sido internado com uma infecção pulmonar no Hospital Policlínico de Módena
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Ele saiu do centro médico no dia 25 do mesmo mês e estava recebendo cuidados de uma equipe de especialistas na sua casa
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Nascido em Módena no dia 12 de outubro de 1935, Pavarotti teve sua primeira experiência musical no coro de sua cidade natal, no qual cantava com seu pai
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Mais tarde, junto ao coral Gioachino Rossini, foi até o País de Gales para participar de um concurso internacional de canto. Venceram, e o evento aumentou a ambição do jovem Pavarotti de se tornar tenor
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Estudou canto e conseguiu o diploma de maestro elementar. Não demorou muito até ser instruído por Arrigo Pola e por Ettore Campogalliani
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Em 1961, venceu o prestigioso Concurso Internacional, que lhe deu a oportunidade de debutar, no mesmo ano, na ópera La Bohème, no papel do protagonista Rodolfo
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Pavarotti será sempre recordado pelos papéis principais que interpretou nos grandes clássicos da ópera mundial. Fez Aida, La Traviata, Madame Butterfly, Tosca, Pagliacci, Il Trovatore, Turandot, Baile de Máscaras, O Elixir do Amor, entre outros
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Seu álbum Pavarotti Essencial foi o primeiro disco clássico a alcançar o topo da parada pop britânica, ficando em primeiro lugar durante cinco semanas
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Pavarotti se apresentou nos maiores palcos da América, Europa, Ásia, Austrália, Oriente Médio e África do Sul, incluindo o Madison Square Garden, em Nova York, e o estádio de Wembley, em Londres
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Foi na capital inglesa, aliás, onde ocorreu uma de suas maiores apresentações, no Hyde Park, que, apesar da chuva torrencial que caía, levou 150 mil pessoas ao local, inclusive o príncipe e a princesa de Gales e o primeiro ministro britânico
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Em junho de 1993, cantou para quase meio milhão de pessoas presentes a seu show no Central Park, em Nova York
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Nos últimos anos de sua vida, Luciano Pavarotti havia encontrado um novo amor, Nicoletta Mantovani
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Os dois se casaram e tiveram uma filha, Alice
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Este foi o segundo casamento do tenor - no primeiro, com Adua, ele teve três filhas, Lorenza, Cristina e Guiliana
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Dias depois de sua morte, o último testamento deixando pelo tenor causou polêmica. O documento privava suas três primeiras filhas de grande parte da herança e deixando a maioria dos bens para Nicoletta Mantovani e a pequena Alice
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Entre os concertos mais marcantes de sua carreira está um realizado sob a torre Eiffel, em Paris, que foi aplaudido por quase 300 mil pessoas, que puderam acompanhar a apresentação via satélite
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Luciano Pavarotti recebeu muitas honrarias internacionais e um grande número de prêmios
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Foi nomeado Embaixador da Paz pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, por ter conseguido arrecadar fundos de ajuda humanitária para a entidade mais do que qualquer outro cidadão no mundo
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Ganhou, ainda, o Grammy Legend Award em 1998, numerosos Emmy e diversos títulos de universidades ao redor do mundo
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Também em 1998, o prefeito de Nova York da época, Rudolph Giuliani, proclamou o Luciano Pavarotti Day, em comemoração ao 30º aniversário de sua estréia na Metropolitan Opera House
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Luciano Pavarotti morreu no dia 6 de setembro de 2007 e entrou para a história da música clássica como um dos maiores tenores de todos os tempos