Martinho da Vila completa 87 anos; cantor deixou o Exército para se dedicar à música
Dono de sucessos da música brasileira, Martinho da Vila chegou ao cargo de sargento burocrata no Exército antes de abandonar carreira para seguir na arte
No dia 12 de fevereiro, o cantor e compositor Martinho da Vila completa 87 anos. Dono de sucessos da música brasileira, o artista chegou ao cargo de sargento burocrata no Exército, mas deixou a instituição para se dedicar à música. Relembre a trajetória de um dos grandes nomes do samba.
Antes da música
A história do cantor começa longe dos palcos e do Rio de Janeiro, onde se consagrou como sambista. Nascido em Duas Barras, na zona rural do Rio, Martinho se mudou para a cidade com a família ainda na infância, aos quatro anos.
Durante a juventude, atuou como auxiliar de químico industrial e, posteriormente, ingressou no Exército, onde chegou a alcançar o posto de sargento burocrata, desempenhando funções administrativas, como escrevente e contador. A vida militar lhe ofereceu uma posição de estabilidade, mas logo Martinho sentiu que sua vocação era outra.
Em 1970, a paixão pelo samba e a necessidade de seguir seu caminho falaram mais alto e o cantor deixou para trás a rotina militar e uma carreira que poderia ter sido longa. Totalmente dedicado ao mundo da música, em pouco tempo seu reconhecimento se expandiu e ele passou a ser considerado um sambista proeminente.
Primeiros sucessos
Em 1967, ainda no início de sua carreira, Martinho participou do III Festival da Record, onde apresentou a música Menina Moça, que marcou sua estreia no cenário musical. Mas foi em 1968, com a canção Casa de Bamba, que ele ganhou notoriedade e se estabeleceu como uma das grandes promessas do samba.
Com o talento já evidenciado, ele não demorou a se firmar no mercado fonográfico e, em 1969, lançou seu primeiro álbum, que trazia já algumas de suas músicas mais emblemáticas, como O Pequeno Burguês e Quem é do Mar Não Enjoa.
Esse álbum marcaria o início de uma trajetória de grandes conquistas, que o levaria a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas com o disco Tá Delícia, Tá Gostoso (1995), consolidando-o como um dos artistas mais vendidos da história do Brasil.
Relação com o carnaval
Martinho da Vila e o carnaval carioca têm uma conexão profunda e histórica, especialmente com a escola de samba Unidos de Vila Isabel. Desde 1965, Martinho é uma figura presente e influente na agremiação, sendo responsável por alguns dos sambas-enredo mais memoráveis da história do carnaval.
Em 1988, com o samba Kizomba: A Festa da Raça, ele ajudou a escola a conquistar o título do carnaval, uma vitória que marcaria sua carreira. Martinho também foi fundamental para o título conquistado pela Vila Isabel em 2010, com um enredo sobre Noel Rosa, reforçando sua importância dentro do universo do samba e do carnaval. Em 2022, Martinho foi homenageado como enredo da escola, com o tema Canta, Canta, Minha Gente! A Vila é de Martinho!.
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