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Marcos Mion e o neuropediatra Marcone Oliveira reforçam a conscientização sobre autismo no Brasil

Combinando ciência médica, linguagem leve e força das redes sociais, o trabalho do médico Marcone Oliveira mostra que é possível educar e acolher ao mesmo tempo

23 out 2025 - 03h42
(atualizado às 03h45)
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Figuras públicas como o apresentador Marcos Mion, pai de Romeu, um jovem autista, desempenham papel primordial ao compartilhar experiências pessoais e mostrar que o autismo não é uma limitação, mas uma forma singular de existir no mundo. Já a presença de médicos em plataformas digitais amplia o alcance da informação e combate estigmas históricos. Essa é a premissa que guia o trabalho do neuropediatra Marcone Oliveira, especialista em autismo, que conquistou mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais. Com uma comunicação acessível, misturando humor e ciência, ele leva conhecimento a famílias, educadores e profissionais de saúde, ajudando a desmistificar o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Marcos Mion e Romeu
Marcos Mion e Romeu
Foto: Divulgação / Mais Novela

Humor e ciência como ponte de acolhimento

Para o neuropediatra, comunicar sobre autismo de forma leve é uma estratégia fundamental para quebrar barreiras e gerar empatia. "Você já esteve dentro de um consultório atendendo uma família atípica? Essas famílias muitas vezes chegam entristecidas, doídas, feridas. Percebi que a informação sobre autismo vinha muito carregada de termos técnicos e ansiedade. Foi aí que o humor e a ciência surgiram como uma forma natural de tornar o diálogo mais leve e acessível", explica.

O especialista ressalta que pequenas piadas ou analogias bem-humoradas criam pontes: engajam os pais e ajudam a superar a resistência inicial diante de um tema tão sério. Estudos de comunicação indicam que o humor aumenta a confiança do público sem comprometer a credibilidade científica. "Claro que já fui chamado de 'bobo da corte' ou 'médico do TikTok', mas o retorno positivo das famílias mostra que essa abordagem funciona. Rir junto prepara o terreno para compreender junto, quebrando barreiras de medo e ignorância", aponta.

Redes sociais como espaço de apoio

Marcone conta que a presença digital tem se tornado um ponto de apoio para famílias que recebem o diagnóstico de autismo e enfrentam o isolamento após a notícia. O especialista comenta que suas redes sociais funcionam como uma comunidade de troca e acolhimento. "Muitas famílias me dizem que descobriram o autismo do filho por meio de um post. Isso mostra o impacto do conteúdo e me motiva a continuar", afirma.

Segundo ele, mais da metade das pessoas busca informações de saúde nas redes, mas nem sempre encontra fontes confiáveis. O médico salienta que procura ser uma voz acessível, pois cada vídeo ou texto sobre terapias e comportamentos é uma forma de dizer que essa família não está sozinha. "Recebo mensagens de pais que passaram a entender melhor os filhos ou encontraram tratamentos adequados a partir de publicações", acrescenta.

Combate à desinformação

De acordo com o médico, a desinformação sobre o autismo continua sendo um desafio no Brasil, com fake news e mitos prejudiciais circulando amplamente. Entre os equívocos mais comuns estão terapias sem comprovação científica, a suposta relação entre vacinas e autismo e a ideia de que o transtorno teria cura. "O mito das vacinas surgiu de um estudo fraudulento nos anos 1990, posteriormente refutado por pesquisas e retratado pela revista Lancet. Não há nenhuma evidência de que imunizações provoquem autismo", destaca.

Outro mito antigo trazido pelo neuropediatra é o da "mãe-geladeira", que culpava mães frias pelo autismo dos filhos. Hoje sabe-se que o estilo parental não causa o transtorno; amor e dedicação são parte da solução. Marcone alerta que a desinformação ainda reforça estereótipos, como, por exemplo, que autistas são gênios e têm superpoderes, como no filme Rain Man, ou como pessoas incapazes de sentir emoções.

O especialista reforça que o autismo não é uma doença a ser curada, mas uma condição do neurodesenvolvimento que integra a identidade da pessoa. "Prometer cura por meio de produtos ou dietas gera falsa esperança. Tratamentos existem, mas devem focar no desenvolvimento e na qualidade de vida, não na eliminação do transtorno. Na realidade, cada pessoa é única, com diferentes combinações de habilidades e desafios. Frases como "todo autista é assim" são mitos. Conhecer uma pessoa autista é conhecer apenas uma, não todas", pontua.

Futuro e acolhimento

Conforme o neuropediatra, ainda há muito a avançar em termos de políticas públicas e conscientização social. É necessário ampliar a rede de atendimento especializado, especialmente em cidades menores, garantir diagnóstico precoce, capacitar profissionais e oferecer apoio psicológico e social às famílias. Ademais, a conscientização deve ser contínua, e a comunidade autista precisa ser ouvida para quebrar estereótipos.

Às famílias que recebem o diagnóstico, o médico deixa uma mensagem de esperança. "Acalme seu coração. O diagnóstico não é o fim de um sonho. É o início de uma nova jornada. Autismo não é doença, não é culpa, não é erro. Com amor, compreensão e estímulo adequado, seu filho pode se desenvolver e surpreender você todos os dias. Busque apoio, informação confiável e celebre cada conquista. Vocês não estão sozinhos. Estamos juntos nessa", finaliza.

Sobre o especialista

Marcone concluiu a graduação em Medicina pelo Instituto Metropolitano de Ensino Superior (Imes). Em seguida, realizou a residência em Pediatria no Hospital José Lucas Filho, em Contagem (Minas Gerais), obtendo o título de especialista concedido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e completou a residência em Neurologia Infantil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Posteriormente, tornou-se mestre em Ciências Fonoaudiológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, o neuropediatra é diretor clínico da Proevoluir Clínica Integrada, com sedes em Ipatinga e Coronel Fabriciano (Minas Gerais), educador parental e idealizador da Escola do TDAH. É também autor do livro O Papai é Neuro, que já vendeu mais de 20

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