Jovem presa injustamente por 6 anos morre de câncer dois meses após absolvição
Uma jovem de 26 anos ficou presa inocentemente e após dois meses da sua absolvição acabou morrendo de câncer
A história de Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, comoveu Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. A jovem, que passou seis anos presa por um crime do qual foi inocentada, morreu apenas dois meses após ser absolvida. Diagnosticada com câncer no colo do útero enquanto estava na cadeia, ela não resistiu às complicações da doença e foi sepultada no Cemitério Municipal de Araranguá (SC).
Preservada de liberdade desde 2019, Damaris foi acusada de participar do assassinato de Daniel Gomes Soveral, ocorrido em Salto do Jacuí. O Ministério Público alegava que ela "ajustou o assassinato juntamente com os denunciados", mas sua defesa sustentava que ela apenas relatou ao namorado Henrique Kauê Gollmann ter sido vítima de estupro por parte da vítima. Segundo os autos, Henrique teria agido por conta própria, cometendo o crime.
Prisão, doença e absolvição tardia
Durante o período em que esteve detida, Damaris apresentou sintomas de doença grave, relatando sangramentos e fortes dores. Mesmo assim, os pedidos de liberdade foram negados com base no argumento de que "os documentos médicos eram apenas receituários, sem apontar qualquer patologia existente". Somente em março de 2025, após o diagnóstico confirmado de câncer, ela obteve prisão domiciliar e passou a usar tornozeleira eletrônica enquanto realizava o tratamento.
Dois meses após sua absolvição por falta de provas — "por negativa de autoria baseada na falta de provas", como consta na decisão do júri —, Damaris faleceu em casa, ao lado da família. Sua morte reacendeu o debate sobre a lentidão da Justiça e as consequências irreversíveis de uma prisão preventiva prolongada em casos de erro judicial.