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Conheça o prisioneiro que mais tempo ficou na cadeia na história moderna

Conheça Paul Geidel, o americano que mais tempo ficou preso no mundo, e outros detentos que superaram seis décadas atrás das grades

27 dez 2025 - 13h03
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Entre os muitos registros do sistema prisional, a história de Paul Geidel chama a atenção pela duração de sua pena. O norte-americano é frequentemente apontado como o preso que mais tempo permaneceu na cadeia em todo o mundo, com mais de seis décadas atrás das grades. O caso ganhou espaço em estudos sobre justiça criminal, saúde mental e envelhecimento em ambiente carcerário.

A trajetória de Geidel também é usada como exemplo para discutir até que ponto uma pessoa permanece adaptada à sociedade após tantos anos de confinamento. Pesquisadores e jornalistas destacam que a permanência extrema em prisões levanta dúvidas sobre o papel da pena: punição, proteção social, reabilitação ou uma combinação desses fatores. Nesse contexto, a história desse detento se tornou referência em análises sobre longas sentenças.

Quem foi Paul Geidel e por que ficou tanto tempo preso?

Paul Geidel nasceu em 1894, nos Estados Unidos, e teve uma infância marcada por dificuldades econômicas e familiares. Na adolescência, passou por instituições e trabalhos temporários até ser contratado em um hotel em Nova York. Em 1911, com 17 anos, foi preso acusado de assassinar um hóspede do hotel durante um roubo. A partir desse crime, recebeu uma pena de prisão que o manteria quase toda a vida atrás das grades.

Condenado inicialmente a uma longa pena, Geidel foi transferido por diferentes unidades prisionais, incluindo prisões comuns e um hospital psiquiátrico penal. Ao longo do tempo, seu caso passou a ser considerado um exemplo de encarceramento prolongado. Em 1926, foi declarado legalmente insano e encaminhado para uma instituição psiquiátrica, onde permaneceu por décadas. Mesmo quando teve direito à liberdade condicional, permaneceu no sistema por não se considerar apto a retomar a vida fora dos muros da prisão.

O nome de Paul Geidel aparece com frequência em registros históricos como o do preso com mais tempo de reclusão contínua. Ele permaneceu encarcerado de 1911 até 1980, somando cerca de 68 anos de privação de liberdade. Em 1974, foi oficialmente autorizado a deixar a prisão, mas optou por continuar ali por sentir-se totalmente adaptado ao ambiente carcerário. Somente em 1980 aceitou a libertação, quando já passava dos 80 anos de idade. O tempo excessivo de reclusão transformou o caso em um símbolo das dificuldades de reinserção social após uma vida inteira na cadeia.

Com 68 anos de reclusão contínua (1911-1980), sua trajetória é o exemplo mais longo de encarceramento da história – depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy
Com 68 anos de reclusão contínua (1911-1980), sua trajetória é o exemplo mais longo de encarceramento da história – depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy
Foto: Giro 10

Quais outros presos passaram mais de 60 anos na prisão?

Casos de presos com mais de seis décadas de encarceramento são raros, mas existem em diferentes países. Em geral, envolvem crimes graves, penas de prisão perpétua, combinações de sentenças ou situações em que a liberdade condicional é sistematicamente negada. Também é comum que esses detentos tenham ingressado no sistema ainda muito jovens, permanecendo até a velhice.

Entre os exemplos frequentemente citados junto ao de Paul Geidel estão:

  • Charles Fossard - Condenado na Austrália no século XIX, teria passado cerca de 70 anos em instituições prisionais e de trabalho forçado, somando períodos sucessivos de detenção.
  • Joseph Ligon - Condenado nos Estados Unidos em 1953, quando era adolescente, por participação em crimes de homicídio na Filadélfia. Ligon ficou mais de 67 anos preso e deixou a cadeia apenas em 2021, após revisões legais sobre sentenças perpétuas aplicadas a menores de idade.
  • John "Sonny" Franzese - Associado ao crime organizado nos EUA, passou longos períodos na prisão em diferentes condenações. Somando várias penas, acumulou mais de seis décadas em regime fechado, alternando períodos dentro e fora da cadeia.

Há ainda outros nomes mencionados em estudos e reportagens, como detentos que permaneceram mais de 60 anos em instituições psiquiátricas prisionais, em especial durante o século XX. Em muitos desses casos, a mistura entre condenações criminais e diagnósticos de transtornos mentais prolongou a reclusão por praticamente toda a vida adulta.

Paul Geidel – Reprodução
Paul Geidel – Reprodução
Foto: Giro 10

O que esses casos revelam sobre penas extremamente longas?

A história de Paul Geidel e de outros presos que passaram mais de seis décadas na cadeia levanta discussões sobre o papel da prisão em longo prazo. Especialistas em criminologia e direito penal analisam como penas tão extensas afetam a identidade da pessoa, sua saúde física e mental e suas chances de retomar uma rotina social depois de anos em ambiente controlado. Em muitos relatos, esses detentos se tornam dependentes da estrutura da prisão e têm dificuldade de imaginar a vida fora dela.

Entre os principais pontos discutidos nesses casos estão:

  1. Função da pena: se o foco está em afastar o indivíduo da sociedade, em reeducar ou em combinar medidas de proteção e responsabilização.
  2. Processo de ressocialização: quanto tempo é necessário e em que momento a prisão deixa de contribuir para qualquer forma de reintegração.
  3. Idade de entrada: muitos desses detentos chegaram ao sistema ainda adolescentes ou jovens, o que reduz a experiência de vida em liberdade.
  4. Impacto psicológico: a rotina rígida, a perda de laços familiares e a ausência de autonomia podem gerar dependência institucional, como ocorreu com Geidel, que recusou a liberdade mesmo tendo esse direito.

Na prática, histórias como a de Paul Geidel e de outros presos com mais de seis décadas de cadeia são usadas como referência em debates sobre reformas penais, revisão de penas perpétuas e condições de cumprimento de longas sentenças. Esses casos ajudam a entender como o sistema lida com o tempo, a responsabilidade individual e a capacidade real de alguém recomeçar a vida em liberdade após passar praticamente toda a existência atrás das grades.

Giro 10
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