Mulher que levou 60 socos manda recado para o ex em entrevista: 'Não deu certo'
Após ser agredida pelo ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, vítima faz revelações no 'Domingo Espetacular', da Record; confira!
[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a violência doméstica. Caso você esteja passando por uma situação do tipo ou conheça alguém que precise de ajuda, procure a Central de Atendimento à Mulher, disponível 24 horas pelo telefone 180, ou a Delegacia Especializada da Mulher (DDM) mais próxima]
A empresária Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, sofreu uma tentativa de feminicídio ao ser violentamente agredida por seu então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos. O ataque aconteceu dentro de um elevador em Natal (RN), onde Juliana foi atingida por 61 socos em apenas 36 segundo, agressão que foi inteiramente registrada pelas câmeras de segurança do edifício.
O episódio, que se desenrolou do 16º andar até o térreo, resultou na prisão em flagrante de Igor por tentativa de feminicídio. A brutalidade deixou a vítima com quatro ossos do rosto quebrados, exigindo que ela passasse por uma cirurgia de reconstrução facial.
"Sabia que fora do elevador não tinha câmera", contou Juliana durante entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record. Ela ainda explicou que sua escolha de permanecer no elevador foi uma tentativa consciente de proteger seus pertences, e sua própria vida. "Minha intenção era evitar que ele entrasse no meu apartamento e destruísse tudo. Mas, principalmente, eu sabia que dentro do elevador havia uma câmera, e fora não", relatou.
Ela ainda descreveu como, em meio ao desespero, fez gestos apontando para a câmera, na esperança de que os funcionários da portaria entendessem que algo grave estava acontecendo. A decisão estratégica de permanecer dentro do elevador, mesmo sob ataque, foi crucial não apenas para sua sobrevivência, mas também para garantir que o crime fosse documentado, o que acabou levando à prisão do agressor.
Juliana não se calou após o trauma. Ao contrário, fez questão de usar sua voz para enviar uma mensagem direta ao ex-namorado: "Que ele soubesse que não deu certo, que eu estou viva". Em sua fala, ela também reforçou que "a culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima", destacando a importância de romper o silêncio e expor casos de violência contra a mulher.
Descrita por si mesma como uma "mulher livre e cheia de sonhos", Juliana transformou a dor em força: "Eu não tenho opção a não ser forte", afirmou. Ela encara seus olhos machucados como um símbolo de resistência e quer que sua história sirva de alerta e inspiração para outras mulheres em situação de vulnerabilidade.