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Marido ateia fogo na própria mulher, que morre com 99% do corpo queimado

Marido ateia fogo na própria mulher e também morre carbonizado no local; veja

18 dez 2025 - 11h36
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NOTA: A notícia a seguir aborda violência extrema contra mulheres e pode ser sensível para algumas pessoas. Se você ou alguém que você conhece está em situação de risco, denuncie pelo 180. Em emergências, acione a Polícia Militar pelo 190.

Foto: Mais Novela

Isabela Cristina dos Santos Calado, de 35 anos, morreu na manhã desta terça-feira (16) no Hospital Geral do Estado (HGE), após sofrer queimaduras de primeiro e segundo grau em cerca de 99% do corpo. As lesões teriam sido provocadas pelo próprio marido, Wagner dos Santos Rodrigues, que morreu no local do crime.

O caso ocorreu na segunda-feira (15), no município de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. Segundo informações repassadas pelo delegado responsável pela investigação, o homem, que atuava como personal trainer, teria jogado um líquido inflamável sobre o casal enquanto ambos estavam deitados na cama e, em seguida, ateado fogo.

De acordo com os relatos apurados, Isabela e Wagner consumiam bebida alcoólica e discutiam pouco antes do ocorrido. Após o início das chamas, a mulher conseguiu sair do quarto, pulou para o quintal da residência e pediu ajuda aos vizinhos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, realizou o resgate após a quebra de um muro e encaminhou a vítima ao Hospital Geral do Estado. Apesar do atendimento médico, Isabela não resistiu à gravidade dos ferimentos. Wagner permaneceu no interior do quarto e morreu ainda no local, ficando carbonizado.

ALTA NA TAXA DE FEMINICÍDIO

Um levantamento do Instituto Sou da Paz mostra que São Paulo concentra parte significativa dos feminicídios do estado: um em cada quatro casos consumados ocorreu na capital. A comparação entre janeiro e outubro de 2025 e o mesmo período de 2024 indica alta de 23% na cidade. Em relação aos dados de 2023, o avanço chega a 71%.

O estudo aponta que a violência fatal contra mulheres segue um padrão consolidado. A residência da vítima permanece como principal cenário dos crimes (67%), e armas brancas ou objetos contundentes foram utilizados em mais da metade dos casos registrados no estado.

Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher em São Paulo, destaca que o feminicídio costuma ser o último estágio de agressões contínuas. Para ela, o aumento das notificações é resultado tanto da escalada dos conflitos nos relacionamentos quanto da melhoria na classificação e no registro legal desses crimes.

A coordenadora lembra que a tipificação do feminicídio, criada em 2015, ampliou a precisão das estatísticas ao separar esses crimes dos registros gerais de homicídio. Segundo ela, esse avanço contribuiu para identificar melhor a motivação de gênero, mas não explica sozinho o aumento das ocorrências. A delegada aponta que parte do crescimento reflete também a intensificação da violência extrema, muitas vezes ligada à tentativa de controle e à reação desproporcional de agressores diante do fim do relacionamento.

Mesmo com o aprimoramento das leis, Liporoni destaca que a resposta estatal ainda enfrenta limitações. "O grande desafio está na prevenção e na capacidade de identificar os primeiros sinais do ciclo violento", afirma. Ela explica que, quando os primeiros indícios são reconhecidos e a rede de apoio consegue agir rapidamente, há mais chances de interromper a escalada antes que ela chegue ao extremo.

Para Malu Pinheiro, do Instituto Sou da Paz, o perfil dos feminicídios exige estratégias específicas. Como a maioria é cometida por parceiros, ex-parceiros ou familiares, geralmente dentro da residência —, a abordagem precisa ser distinta da adotada em outros crimes contra a vida. Ela defende a ampliação dos serviços de acolhimento e proteção, fundamentais para que as mulheres consigam romper vínculos abusivos com segurança.

A gravidade desses ataques também impressiona profissionais acostumados a lidar com cenas de violência. À Folha de S.Paulo, a fotógrafa técnico-pericial Telma Rocha, com mais de três décadas de atuação em ocorrências de homicídio, relatou o impacto das cenas que testemunha.

"[Mulheres] queimadas, amarradas, espancadas, mutiladas. Mas o que mais me chama a atenção e, muitas vezes me quebra, são os ferimentos de defesa. Cortes nas mãos, nos braços e unhas quebradas. Isso me destrói, pois chega a passar a cena na minha imaginação. É muito cruel."

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