Mãe de jovem decapitado em megaoperação denuncia IML: 'Nem vi meu filho'
Mãe de jovem decapitado diz que não recebeu a devida atenção do IML; veja
Raquel Rodrigues, a mãe de Yago Ravel Rodrigues, denunciou para a imprensa a atitude do Instituto Médico-Legal (IML) a respeito da morte de seu filho, que foi decapitado na manhã seguinte a megaoperação no Rio de Janeiro. No estacionamento do instituto, localizado no Centro da cidade, ela disse ao jornal O Globo que foi impedida de fazer o reconhecimento do corpo do filho, pois não havia um serviço funerário contratado.
Insatisfação com o IML
Segundo ela, a família foi convocada ao IML para a liberação do corpo, mas não pôde reconhecer o próprio filho. Ela afirma que funcionários do instituto disseram que a identificação do corpo foi feita pela equipe local e que, para que ela pudesse vê-lo, teria que aguardar o carro de uma funerária. Insatisfeita, ela insistiu em seu direito de ver o herdeiro antes do preparo para o velório.
Além disso, ela teria que assinar o documento de confirmação de óbito para que o corpo fosse liberado, mas Raquel nem mesmo pôde confirmar que era seu filho morto. "Como eu vou assumir enterrar um corpo, se não tenho certeza que é meu filho? Isso não existe. Eu quero ver se é meu filho, mas eles dizem que só com funerária", disse ela à imprensa.
Família assina óbito sem saber se o filho estava realmente morto
Alex Rosário, pai do garoto, assinou o documento de óbito pela orientação dos agentes do IML mesmo sem ver o herdeiro. O rapaz conta que, mesmo assim, o corpo não foi liberado. "Disseram que temos direito de ver ele, mas eu nem vi meu filho. Como vou levar adiante algo, se nem vi meu filho?", disse o pai.
Alex também contou que, no laudo recebido pela família, foi informado que Yago sofreu lesões nos pulmões e no estômago, além de ter sido decapitado. "Eu tenho que ver o corpo. Ainda mais pela forma que foi. Quero ver ele, quero ter a certeza de estar com o corpo certo. Não podem negar isso e a vontade da família de crema", disse.
O pai ainda disse que, além da dor de cabeça que tiveram com o instituto, a família ainda ficou preocupada com o tempo de liberação. Os parentes teriam até meio-dia para levar o corpo após assinar o atestado de óbito, que foi feito apenas às 11h40. Ou seja, a família teria apenas 20 minutos para resolver o paradeiro do corpo.
Alex disse que a família correu para encontrar um serviço funerário, porém, a Polícia Civil disse que disponibilizou serviço gratuito: "A informação não procede. Há um posto de atendimento da Defensoria Pública no local para auxiliar as famílias a conseguir a gratuidade no sepultamento. Além disso, caso qualquer pessoa seja abordada por indivíduo afirmando que é obrigatória a contratação de serviço funerário para a liberação do corpo, a Polícia Civil recomenda que o fato seja comunicado em uma delegacia".
Além disso, ressaltou que o método de reconhecimento visual, considerado impreciso, não é adotado no Rio de Janeiro nem em diversos outros países, onde a identificação é realizada por meio de técnicas forenses mais rigorosas.