Mãe da mulher que foi arrastada na Marginal chora morte da filha: 'Difícil'
Mãe da mulher que foi arrastada na Marginal não consegue dormir após a morte da filha; veja
A dor da perda ainda é recente para Lúcia Aparecida da Silva, que falou pela primeira vez à televisão sobre a morte da filha, Tainara Souza Santos, em entrevista ao Domingo Espetacular. A jovem, de 31 anos, morreu na última quarta-feira (24/12), após passar semanas internada em consequência de um atropelamento seguido de arrastamento na Marginal Tietê, em São Paulo.
Ao recordar quem era a jovem, Lúcia descreveu uma filha presente, carinhosa e muito próxima da família. "A Tainara era uma filha muito divertida com todo mundo, com os irmãos, amigos, família, me amava muito, ligava pra mim, mandava mensagem. Ela não fez nada [no dia do atropelamento], só ia embora pra casa", disse, emocionada.
O luto, segundo a mãe, tem sido insuportável. Ela contou que acompanhou a filha até os últimos instantes e que a ausência se tornou ainda mais dolorosa com a proximidade de datas simbólicas. "Não estou nem dormindo direito. Eu fiquei com ela até o último batimento cardíaco. Eu só escutava a vozinha dela. Agora dia 31 é meu aniversário, ela sempre era a primeira dos filhos a mandar [parabéns]. Eu fico ouvindo os áudios, é muito difícil, muito difícil", desabafou.
Despedida nas redes sociais
Pouco após a confirmação da morte, Lúcia usou as redes sociais para comunicar a partida da filha e agradecer o apoio recebido. Em mensagem comovente, escreveu:
"Oi, meus amores, boa noite. É com muita dor que venho avisar, que nossa 'guerreirinha' Tay nos deixou. Descansou, agradeço desde já todas as mensagens de oração, carinho e amor que vocês tiveram comigo e pela minha filha. Ela acabou de partir desse mundo cruel e está com Deus. É uma dor enorme. Mas acabou o sofrimento e agora é pedir por justiça".
Comoção também no jornalismo
A brutalidade do caso também emocionou a jornalista Natuza Nery, durante o Edição das 18h, exibido na quinta-feira (25). Ao comentar a morte de Tainara, Natuza chorou ao relatar uma das cenas que mais a impactaram desde o início do caso.
"Sobre a história da Tainara, tem um ponto que me marcou, não gostaria de ter visto esse vídeo, mas acabei vendo logo que a Tainara foi arrastada pela marginal, e é um vídeo que, de maneira brutal, me mostrou ou reafirmou o que é ser mulher num país violento como o Brasil", afirmou.
A jornalista descreveu o momento em que a vítima aparece no asfalto, após o agressor ter fugido. "Alguém filma a Tainara já deitada no asfalto, o monstro que fez isso com ela tinha fugido, e ela não tinha a parte de baixo da roupa, porque foi arrancada no atrito com o asfalto, e ela é filmada, ela tá responsiva, alguém diz para ela que o socorro vai chegar, para ela ficar tranquila", relatou.
O gesto final da vítima foi o que mais comoveu Natuza. "A parte de baixo está exposta, e ela, sem nenhuma parte das costas, porque a pele foi arrancada no asfalto, com as duas mãos ela cobre a parte íntima dela. E isso me calou fundo… inconscientemente, ela protegeu a parte íntima para não ser exposta", concluiu