Joelma: cantora do Calypso não conhecia edifício de tragédia
A cantora Joelma, do Calypso, completa 40 anos de idade em 2014, assim como o maior incêndio da história de São Paulo, ocorrido em um prédio que leva o mesmo nome da cantora. Nascida apenas quatro meses após a tragédia que deixou quase 200 mortos na capital paulista, a cantora paraense garante que a escolha do nome não tem nenhuma relação com o episódio. “Falei com minha irmã mais velha sobre a origem do meu nome, pois minha mãe mora no interior. De acordo com ela, não tem nenhuma relação. Esse nome foi escolhido porque os meus pais gostavam mesmo”.
Quando questionada sobre qual seria sua relação com o incêndio no prédio de São Paulo, a cantora confessou que nunca tinha ouvido falar da tragédia e que, ao pesquisar sobre o assunto, acabou ficando chocada com o que ocorreu. “Por incrível que pareça, eu não tinha conhecimento (sobre o incêndio), então, hoje mesmo, assisti ao documentário e fiquei muito assustada e triste”, falou.
Sem saber que o próprio nome virou sinônimo de algo tão negativo na capital paulista, a cantora confessa que, quando era mais nova, não gostava muito do nome escolhido por seus pais. “No começo, eu não achava meu nome bonito, mas depois que viajei pra fora do Brasil com a Calypso e fui a Colômbia e Peru, eu comecei a gostar mais, pois por causa do sotaque deles e da língua fica ‘Ruêlma’ (risos)”, disse a cantora.
No próximo dia 22 de junho, a cantora chega aos 40 anos e relata que não tem nenhum problema em ultrapassar essa “fronteira”. Para Joelma, a expectativa de vida em sua juventude era muito menor. “Acho o máximo (chegar aos 40 anos)! Eu, quando era mais nova, não pensava em chegar aos quarenta anos. Achava que chegaria, no máximo, aos 25 anos (risos). Mas, graças a Deus e a todas tecnologias que temos ao nosso favor, estou no lucro e entrando na fase dos ‘enta’’, completou.
Incêndio no Edifício Joelma completa 40 anos
O incêndio do edifício Joelma, no centro de São Paulo, completa 40 anos neste sábado. O maior incêndio da história de São Paulo deixou 191 mortos, mais de 300 feridos e uma ferida na metrópole que passou a olhar com mais atenção para a segurança em edifícios em caso de incêndios.
Tudo começou com um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado localizado no 12º andar do prédio, por volta das 9h do dia 1º de fevereiro de 1974. Em poucos minutos, os materiais inflamáveis do prédio provocaram a propagação imediata das chamas, atingindo os demais andares, até o topo do edifício.
As escadas de emergência, no centro do prédio, logo ficaram intransitáveis por causa da fumaça e das chamas que tomaram conta de praticamente todo o edifício. O que se viu nas horas seguintes parecia uma operação de guerra.
Mudanças na lei
O episódio causou um grande impacto na cidade, tanto que em pouco tempo, a administração municipal propôs uma mudança radical na fiscalização dos prédios em construção. A partir de então, São Paulo teria uma regulação mais detalhada sobre a prevenção de tragédias como a que assolou o Joelma.
Mistério
A morte de quase 200 pessoas de forma tão violenta também fez aparecer lendas urbanas e histórias sobrenaturais envolvendo os espíritos das pessoas que morreram no incêndio. A história do terreno do Edifício Joelma já é carregada de muitos mistérios, desde o século XVIII, quando escravos supostamente seriam castigados e mortos no local.
Mais tarde, em 1948, após uma sério de mortes o terreno passou a ser conhecido como o local do Crime do Poço e, após o incêndio, relatos de eventos sobrenaturais tomaram conta do que hoje é chamado de Edifício Praça da Bandeira.