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Família de Rodrigo, ex-'BBB', vai à Justiça contra ataques racistas

O mais recente eliminado do reality show disse que também sofreu racismo religioso

3 abr 2019 - 10h46
(atualizado às 11h49)
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Rodrigo França foi eliminado do 'BBB 19' com 69,71% dos votos.
Rodrigo França foi eliminado do 'BBB 19' com 69,71% dos votos.
Foto: Instagram/@rodrigofranca / Estadão

Rodrigo França, que foi eliminado do Big Brother Brasil nesta terça-feira, 2, disse que a família dele já acionou um advogado para processar quem promoveu ataques racistas contra ele na internet.

"Minha família já entrou em contato com Ricardo Brajterman, advogado. Vamos processar por uma relação de racismo e racismo religioso", contou o ex-BBB em entrevista à Ana Maria Braga nesta quarta-feira, 3.

Rodrigo foi alvo de comentários racistas em publicações no Instagram, alguns chamando-o de macaco. No Mais Você, ele disse que também ofenderam o candomblé, religião que a família dele cultua.

"O candomblé não tem cultura de catequizar ninguém. Poucas vezes falei [sobre] e foi para uma pessoa que é adepta. E mais uma vez colocam o candomblé como algo maligno, perverso, sem perguntar do que se trata", disse.

Eliminado do reality show com 69,71% dos votos, o ator, diretor e articulador cultural afirmou que o racismo, "na maioria das vezes, é tudo velado". "Cada um tem sua crença, sua não crença e tudo tem que ser respeitado."

No Instagram, os responsáveis pelo perfil de Rodrigo também se manifestaram sobre o racismo cometido contra o ex-participante do BBB.

"Agora, meu amigo, é o Brasil racista que se sente no direito de te chamar de 'macaco' e desejar que 'fique manco da outra perna'. [...] Daqui, espero que tenhamos sabedoria para entender todas as outras lutas que agora você, obrigatoriamente, terá que enfrentar. E que você tenha força para superá-las e continuar esse cara íntegro, gentil e maravilhoso que você é", diz o texto.

Há algumas semanas vimos a imagem e o trabalho árduo desse artivista serem colocados em jogo por conta de uma montagem de situações que ocorreram em tempos diferentes na casa mais vigiada do país. Bastou um vídeo ser disseminado na internet para que nós - sociedade - o questionássemos, sem averiguação das verdades. Houve silêncios, houve descrenças, houve pensamentos mais complexos. Houve reflexões interessantes. Houve de tudo. Hoje, vejo sobretudo o porque do Rodrigo ser esse cara que ele é. Vejo o porque ele tem conseguido no micro e no macro trazer outras reflexões. Mover estruturas não é tarefa fácil, se assim fosse, estaríamos todos "movendo". Agora, meu amigo, é o Brasil racista que se sente no direito de te chamar de "macaco" e desejar que "fique manco da outra perna". São outras canetas, não são nem as canetas nossas que ainda preenchidas da tinta do racismo, eventualmente, se colocam igual ou pior que nossos colonizadores. Muitas das vezes somos monstros que o racismo criou. Essas de agora, são canetas que não são preenchidas, mas formadas, desenhadas, feitas do, com e para o racismo. Daqui, espero que tenhamos sabedoria para entender todas as outras lutas que agora vc, obrigatoriamente, terá que enfrentar. E que vc tenha força para superá-las e continuar esse cara íntegro, gentil e maravilhoso que vc é. (Sol Miranda) #foracarol #ficarodrigo #bbb19 #ubuntu

Uma publicação compartilhada por Rodrigo França ? (@rodrigofranca) em

Estadão
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